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Aos seis anos, Lucas Abreu Maciel já dizia — com a convicção que só criança tem — que queria ser juiz, promotor ou delegado. O nome do cargo ainda não importava; o que o movia era a ideia de servir. A vontade de aprender a usar a lei como ferramenta de transformação social brotou cedo e encontrou combustível na curiosidade do garoto.
Lucas não foi o típico aluno prodígio. Na escola, via-se como mediano. A guinada veio na graduação, quando descobriu que estudar podia não apenas mudar o próprio destino, mas também o de outras pessoas.
A cena em que a chave virou é nítida na memória. Na entrevista para o primeiro estágio, perguntaram sobre processo legislativo. Lucas sabia recitar de ponta a ponta os Regimentos da Câmara, do Senado e Comum. Saiu contratado… e transformado. Ver na prática o conhecimento abrir uma porta foi o estalo: “Se eu dominar o que estudo, não me faltarão oportunidades.”
A escada que sustenta o salto
Lucas, então, montou um plano simples: trabalhar, juntar dinheiro e estudar com método. Fez isso desde a faculdade, período em que economizou cada centavo das bolsas de estágio e de programas de iniciação científica. Ele sabia que, para mergulhar de cabeça nos estudos, precisaria de um colchão financeiro. Afinal, estudar para concurso é caro.
Também sabia que precisaria passar por cargos intermediários antes de alcançar seu objetivo maior — as carreiras jurídicas. E assim foi. O primeiro grande teste veio com o concurso de analista do TRF-1. Bem colocado na classificação final, foi avisado de que as nomeações demorariam. Decidiu, então, engavetar o resultado — e a ansiedade — e seguir estudando.
Veio o STJ, prova de analista pela manhã e de técnico à tarde. Saiu certo de que a primeira seria a da aprovação. Mas a vida — e as bancas — surpreendem. A convocação veio pelo cargo de técnico judiciário. Em apenas um mês. E mudou tudo.
Há um detalhe dramático nesse capítulo da história, que parece tirado de um roteiro de filme. Bem na semana da inesperada convocação para o STJ, a reserva financeira de Lucas acabou. Na noite anterior à nomeação, ele se pegou tendo de fazer contas, sem saber como se sustentaria dali em diante. Imagine o alívio ao ser surpreendido com o edital no dia seguinte…
— Sorte, ele diz, costuma morar no endereço de quem trabalha.
Embora feliz com o contracheque e a rotina de servidor em um órgão de excelência, Lucas não se deixou seduzir pela acomodação, maior inimigo do concurseiro nesse tipo de ambiente. No dia da posse, estudou antes e depois do expediente. E fez o mesmo nos dias seguintes. Todos.

Método — e humildade — para aprender a aprender
No começo, Lucas errou como quase todo mundo: dava atenção demais à doutrina e de menos à lei seca, à jurisprudência, às questões e à revisão. Com o tempo, ajustou o prumo, montou os cinco pilares da sua preparação e variou os formatos de estudo para manter a mente desperta.
Foi aí que o Gran entrou de vez na rotina. As videoaulas ajudavam mais que a mera e enfadonha leitura (as aulas de direito eleitoral do professor Edson e de processo penal da professora Geilza que o digam), os PDFs mapeavam as leis, as baterias de questões treinavam no estilo da banca.
E a regra de ouro: ouvir quem já está dois passos à frente. No STJ, Lucas virou discípulo dos colegas que se preparavam para as fases finais de concursos de ponta, acompanhando de perto a rotina deles e perguntando muito. Queria entender por que, quando e como uma dada tática funcionava.
O calendário que testa a vocação
A profusão de editais resolveu estressar a agenda. Lucas alcançou segundas fases (MP/TCDF, TJ/RO) e mirava o MPDFT. Mas então saiu o concurso para delegado da Polícia Federal, outro sonho antigo.
Na esteira da pandemia de covid-19, começaram os adiamentos e os choques de agenda. O TAF da PF, por exemplo, caiu no mesmo fim de semana da objetiva do MPDFT. Lucas fez os dois: TAF no sábado, prova no domingo. Passou em ambos.

E então o dilema entre fazer a oral da PF e a discursiva do MPDFT… Decidiu focar onde estava mais adiantado — a PF —, sem abandonar de vez o outro caminho. O corpo cobrou o preço: o exame de saúde acusou pressão alta, decorrente do estresse. Lucas apresentou exames complementares e conseguiu passar. Na discursiva, caiu exatamente a peça que ele havia revisado no intervalo do almoço. A caneta correu sozinha.

A opção pela beca
Na época da nossa entrevista, Lucas tinha acabado de tomar posse como delegado da Polícia Federal em Ji-Paraná/RO e estava realizado com a rotina intensa de campo e o senso de missão. Tempos depois, sua biografia ganharia mais um capítulo, que, aliás, faria jus àquela frase do menino de seis anos.
Em 1º de abril de 2024, ele tomou posse como promotor de justiça substituto do Ministério Público do Tocantins. Recebi com muita alegria o convite para a sessão solene que ele me enviou, mas não consegui ir. Daniel tinha acabado de nascer, então comemorei — e vibrei muito — daqui de casa mesmo.
Não foi mudança de rumo, e sim outra forma de concretizar a vocação de sempre. Lucas apenas trocou a farda pela beca e engajou-se na defesa da ordem jurídica sob a ótica do parquet, mirando a vítima, o interesse público, a tutela coletiva. Agora usaria tudo o que aprendeu na PF, no STJ, no TRF-1 e no estudo disciplinado com o Gran para promover justiça.

Na cerimônia de posse como promotor de justiça substituto no estado do Tocantins.
Publicação no Instagram Oficial da instituição.
O fio que não se rompe
Se Lucas tivesse de resumir o que praticou — e hoje ensina a quem vem atrás —, a receita seria:
- disciplina diária, mesmo sem edital no radar;
- método certeiro: o curso certo (do Gran, é claro), lei seca, jurisprudência, questões, revisão e doutrina — nessa ordem;
- diversificação nos formatos de estudo, para manter o cérebro alerta;
- seguir orientações de quem já chegou aonde se quer chegar;
- e, sobretudo, resiliência: se está doendo, é sinal de que se está no rumo certo.
O menino que dizia querer ser juiz, promotor ou delegado não escolheu um sonho em vez de outro. Escolheu servir e deixou que a vida o conduzisse para onde sua vocação falaria mais alto.
Hoje, promotor de justiça substituto no MP-TO, ele confirma uma verdade poderosa: a frase mais forte do concurseiro é a mesma que abre a infância: “Quando eu crescer…”
O resto é método, persistência — e o próximo passo, dado todos os dias.
Gabriel Granjeiro –O e sócio-fundador do Gran, maior Edtech do Brasil em número de alunos, com mais de 800 mil discentes ativos pagantes. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha o universo dos concursos desde a adolescência e ingressou profissionalmente nele aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanais para o blog do Gran, que já somam milhões de leitores.
Formou-se entre os melhores alunos em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Foi incluído na lista Forbes Under 30 (2021), eleito Empreendedor do Ano pela Ernst & Young (2024) e reconhecido pela MIT Technology Review como Innovator Under 35 no Brasil e na América Latina. Autor de quatro livros best-seller na Amazon Kindle.
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Fonte: Gran Cursos Online