Apostilas em PDF – Aprenda a identificar os padrões mais comuns de alterações na Eletroforese de Proteínas

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Olá pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Concursos.

No artigo anterior, intitulado “Vamos falar sobre a Eletroforese de Proteínas para Concursos?” fizemos uma excelente revisão sobre este método diagnóstico muito útil para a identificação da presença de proteínas anormais, para comprovar a ausência de proteínas normais e para determinar que grupos específicos de proteínas estão aumentados ou reduzidos no soro.

Espero que você já tenha lido esse artigo para podermos dar continuidade no tema (se não leu, dê aquela “paradinha” e corre lá, depois você retorna para cá) e falar sobre os padrões mais comuns de alterações, tanto qualitativas como quantitativas, no histograma da Eletroforese de Proteínas, que permitem diagnosticar importantes doenças e que as bancas frequentemente escolhem para elaborar as questões de prova.

  • Padrão de infecções agudas: nas infecções agudas, a albumina, que é uma proteína produzida pelo fígado, pode diminuir devido a vários fatores relacionados à resposta do corpo à infecção, em especial devido ao aumento na produção das proteínas de fase aguda (localizadas nas frações α1 e α2 globulina) como a proteína C reativa (PCR) em detrimento de outras proteínas, incluindo a albumina. Assim observamos redução na fração albumina e elevação nas frações α1 e α2 globulina.
  • Padrão de infecções crônicas: nas infecções crônicas, além da redução na fração albumina e elevação nas frações α1 e α2 globulina que já estudamos nas infecções agudas,observamos tambémo aumento na fração γ-globulina em decorrência da produção significativa de anticorpos (imunoglobulinas), especialmente da classe IgG, que apresenta migração por toda a banda da fração de gamaglobulinas. Assim, as alterações nessa banda refletem especialmente o que ocorre com esta imunoglobulina.
  • Padrão da síndrome nefrótica: esse é um padrão clássico nas provas, e por isso você precisa saber! De forma resumida, a síndrome nefrótica é uma condição renal caracterizada por danos nos glomérulos renais que resultam em uma perda maciça de proteínas na urina, especialmente de albumina, com consequente redução expressiva na albuminemia (por isso o pico no histograma fica reduzido). Na tentativa de manter a pressão oncótica no sangue, há uma produção aumentada de α2-macroglobulina, elevando essa fração.
  • Padrão da hipogamaglobulinemia: a hipogamaglobulinemia consiste na redução do nível das gamaglobulinas, geralmente sem alteração pronunciada nas outras regiões da globulina. Esta configuração é sugestiva de deficiências congênitas na produção das gamaglobulinas ou mesmo secundárias a outras doenças. Assim, há ausência de um ou mais anticorpos específicos, que resulta em infecções frequentes e algumas vezes fatais. Observamos no histograma essa redução (ou mesmo ausência) no pico referente às gamaglobulinas
  • Padrão da cirrose hepática: este é outro padrão que você precisa saber! Ele representa um pico policlonal de anticorpos, ou seja, uma resposta imunológica simultânea de diversos plasmócitos a determinado estímulo antigênico, seja inflamatório, imune ou infeccioso, tais como a cirrose hepática, mas também tuberculose, esquistossomose, sífilis, artrite reumatóide, lúpus eritomatoso sistêmico e politransfusão de componentes sanguíneos, entre outros. Observamos então a característica redução na fração albumina associada ao aumento difuso da fração gama, representado pela presença de uma curva de base larga (demonstrando a produção de todas as classes de imunoglobulinas).

É possível observar, ainda, a chamada fusão beta-gama, quando as bandas que representam as frações beta e gama se aproximam tanto uma da outra que se tornam indistinguíveis, formando uma única banda larga.

  • Padrão do mieloma múltiplo: finalmente, chegamos no padrão mais importante em termos de questões de prova. Esse, você não pode deixar de reconhecer! Ele representa o pico que consiste no aumento homogêneo da fração gama, em virtude da produção por um único clone de plasmócito de um tipo específico de imunoglobulina. Assim, é produzido um volume acentuado de moléculas idênticas entre si, que apresentam a mesma mobilidade eletroforética, levando à produção de uma curva de base estreita conhecida como pico monoclonal.

A principal gamopatia monoclonal responsável pelo surgimento deste padrão é o mieloma múltiplo, uma forma de câncer hematológico maligno, que atinge a medula óssea, em que ocorre uma multiplicação descontrolada de plasmócitos. Assim, há uma produção sanguínea exagerada de imunoglobulinas clonais anormais, bem como de cadeias leves livres destas imunoglobulinas, que são liberadas na urina e podem inclusive gerar este padrão eletroforético de pico monoclonal também se a eletroforese de proteínas for feita na urina do paciente.

Acredito que tenha ficado claro que é de grande importância conhecer e interpretar corretamente os padrões da eletroforese de proteínas. Apesar de sua finalidade não ser identificar proteínas específicas (uma vez que cada fração representa um conjunto de diversas proteínas), este exame facilita o diagnóstico de diversas doenças que possuem padrões eletroforéticos característicos, possui baixo custo e é de fácil procedimento técnico.

Gostou do conteúdo? Espero que sim! E espero também que você continue a estudar com o time do Gran Concursos. Temos cursos on line voltados para os editais dos principais concursos e residências do Brasil. Um forte abraço!

Fonte: Gran Cursos Online

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