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Faz quase cinco anos que me sentei diante das câmeras do Canal Imparável para entrevistar o professor Carlos Elias. A conversa rendeu e até hoje é uma das mais assistidas do canal, tendo influenciado milhares de concurseiros. Recentemente decidi revê-la, e qual não foi minha surpresa ao notar que as lições do professor não só resistiram bem ao tempo como permanecem mais atuais do que nunca. Por isso decidi reuni-las aqui, costurando-as num artigo que se propõe a ajudar meus leitores com um pouco (ou muito!) de técnica e inspiração.
Eis o que aprendi com quem conquistou o primeiro lugar no concurso – de uma vaga só – para consultor legislativo do Senado.
A primeira lição é simples, mas decisiva: só faz sentido escolher o caminho depois de saber exatamente aonde se quer chegar. Carlos Elias entendeu isso muito cedo. Aos quatorze anos, já havia decidido que faria Direito; aos dezoito, sabia que seu destino era o Senado. Ser tão precoce lhe permitiu ajustar cada passo ao seu objetivo, economizando tempo, energia e foco. Quem não sabe para onde vai acaba seduzido por atalhos bonitos, mas vazios.
Com o alvo definido, vem a advertência: esteja disposto a pagar o preço, e saiba que ele será proporcional ao tamanho do seu sonho. Se você busca um cargo, digamos, de entrada, poderá se dar ao luxo de uma rotina menos dura e despesas menores. Já se sua meta é a elite do serviço público, prepare-se para noites e fins de semana de total dedicação, além de gastos significativos com material de estudo, cursos e deslocamentos. Carlos não hesitou em investir cada centavo do salário de técnico do STJ em seu projeto. Um verdadeiro empreendedor de si mesmo.
Mas esforço sem método só produz cansaço. Daí a terceira grande lição: estude fazendo muitas (muitas mesmo!) questões. Para Carlos Elias, concurso público é como futebol. Ou seja, não se aprende a jogar lendo teoria, e sim chutando bola. Com ele era assim: primeiro, resolução de centenas de itens; depois, análise de padrões e identificação de erros; só então, retorno à letra da lei e aos PDFs orientados, como os que oferecemos no Gran. A doutrina, enxuta, só tinha vez quando a jurisprudência ou a literalidade da legislação não bastavam.
Essa tática conduz à quarta chave: a escolha de bons guias para encurtar o caminho e acelerar a viagem. Entram em cena cursos especializados, professores com histórico de aprovação e materiais direcionados – tudo isso você encontra aqui no Gran. Na sala de aula, Carlos Elias mapeava cada tópico dos editais ao que efetivamente caía nas provas. Fora dela, treinava a chamada “mão de prova”, aquela habilidade de inferir a resposta certa quando a memória falha. Isso, claro, fruto do contato massivo com questões de provas anteriores.
Todavia, nem tudo se resolve com técnica. A quinta recomendação tem caráter mais subjetivo e nem por isso é menos importante que as anteriores: providencie um bom suporte emocional. Para o hoje consultor legislativo e professor, essa base era a fé. Para outras pessoas, pode ser o esporte, a terapia ou o convívio com quem oferece afeto e equilíbrio. O importante é blindar a mente contra os solavancos do caminho, entre atrasos no edital, mudanças de banca, críticas e reprovações. Quem não tem onde amparar a frustração e conter a ansiedade, mais cedo ou mais tarde desaba.
A sexta diz respeito ao poder das metas intermediárias. Carlos não foi direto ao topo: aceitou antes encarar o vestibular, tentar um cargo técnico e prestar o concurso de advogado da União… Cada etapa bem-sucedida financiava a seguinte, confirmava a efetividade do método e fortalecia sua autoconfiança. São os tais “passos calculados”, que transformam um sonho distante numa sequência de pequenas vitórias.
Chegamos à sétima lição: conheça a anatomia do seu concurso. A prova para consultor legislativo exige articulação de grandes temas e redação de proposições legislativas, diferentemente dos exames para a magistratura, que cobram confecção de sentenças, ou para os cartórios, que pedem a elaboração de documentos notariais. Estudar sem analisar a fundo edital e provas anteriores é como treinar natação para correr uma maratona.
A oitava lição é dura e ao mesmo tempo libertadora: aprenda a dizer não. Carlos suspendeu as aulas de judô e os passeios. Até os almoços deixaram de ser tranquilos; comia lendo enunciados. Isso não é uma exaltação ao desequilíbrio crônico, mas o reconhecimento de que haverá um período crítico no qual renúncias serão inevitáveis. O importante é fazê-las de forma consciente e estipular um prazo certo para voltar ao normal.
A nona lição é um alerta contra atalhos literalmente tóxicos. Medicamentos tarja preta podem até turbinar vigílias e aumentar a concentração por um tempo, mas cobram um preço alto da saúde mental. Carlos Elias menciona histórias de concurseiros que, ao seguir a onda dos “remédios da moda”, comprometeram seriamente o equilíbrio emocional. A aprovação, por mais difícil que seja, só tem valor se puder ser desfrutada com sanidade.
A décima recomendação fecha o ciclo: ao alcançar seu objetivo, devolva à comunidade parte do que aprendeu. Foi isso que motivou Carlos a se tornar professor. Ensinar, além de nobre, multiplica impacto e consolida o próprio conhecimento.
Reunidas, essas dez chaves formam um sistema simples e poderoso:
meta clara → preço assumido → método certo → orientação segura → suporte emocional → avanços graduais → foco no edital → renúncias conscientes → saúde protegida → conhecimento retribuído.
Parece óbvio? Talvez. Mas poucos praticam tudo isso com consistência. Carlos Elias é prova viva de que, quando esses elementos se alinham, até concursos com “uma vaga só” se tornam acessíveis.
Se a entrevista continua inspirando após cinco anos, é porque disciplina, método e propósito não saem de moda. Agora, cabe a você aplicar essas lições no seu próprio caminho. Defina o seu senado particular, comprometa-se a pagar o preço necessário e avance, questão após questão, até que o impossível se curve à força de um estudo verdadeiramente imparável.
Quer assistir à entrevista na íntegra? Clique AQUI. Fica a minha forte recomendação.
Gabriel Granjeiro – CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.
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Fonte: Gran Cursos Online