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Olá pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte do time de professores do Gran Concursos.
Sem dúvidas, o tema vacinas veio para ficar no universo dos concursos públicos, não é mesmo? Mas as bancas já não têm mais abordado com tanta frequência as vacinas conta o coronavírus, para fugir do óbvio, naturalmente.
Então outras vacinas vêm “roubando a cena” nas questões de prova e no artigo de hoje, vamos falar sobre algumas delas, que compõe o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, elaborado a partir do Programa Nacional de Imunizações, e que contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. No total, são disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.
Para fins didáticos, vamos seguir a cronologia de aplicações infantis, iniciando pelas vacinas aplicadas no bebê ao nascer e aos 2 meses de vida. Vamos lá?
A vacina BCG (sigla para Bacilo de Calmette e Guérin em homenagem aos pesquisadores Léon Calmette e Alphonse Guérin que desenvolveram a vacina em 1921), protege contra as formas graves da tuberculose, uma doença causada pela micobactéria da espécie Mycobacterium tuberculosis. Então já faço uma pausa para salientar que a vacina não necessariamente protege contra a tuberculose pulmonar, que é a forma mais comum, porém tratável de maneira bastante eficiente. Seu intuito maior é a proteção contra a forma miliar (forma clínica que resulta da disseminação hematogênica do Mycobacterium tuberculosis) e contra a meningite tuberculosa.
A vacina BCG é uma vacina viva, produzida a partir da bactéria atenuada (bacilos de Mycobacterium bovis) e leva ao desenvolvimento de imunidade celular específica. Isto significa que no caso de infecção tuberculosa subsequente, o risco de desenvolvimento da doença é reduzido em 75%.
A aplicação é intradérmica, no braço direito e normalmente, entre 4 e 6 semanas após a aplicação, forma-se uma pequena ferida, eventualmente com secreção purulenta, no local da aplicação e posteriormente surge a cicatriz vacinal. Caso a cicatriz vacinal não se forme, não é mais recomendada a revacinação pois estudos recentes apontam a proteção imunológica mesmo na ausência da cicatriz.
Finalmente, vale lembrar que a vacina BCG é contra-indicada para pacientes com deficiência imunológica celular, inclusive para pacientes que estejam fazendo o uso de medicamentos imunossupressores, além dos recém nascidos com peso inferior a 2,5 Kg (devido à provável escassez de tecido subcutâneo para acomodar o volume injetado).
Na sequência vamos falar sobre a vacina contra a Hepatite B, que como eu gosto de dizer, “não cai em prova, despenca”. Esta já é um tipo diferente de vacina, uma vacina de vírus inativado desenvolvida, mais especificamente, a partir do antígeno recombinante da superfície do vírus. Por essa razão, surge a sigla HBsAg, sendo HB para identificar que se trata do vírus da hepatite B, a letra “s” para identificar que o Ag está na superfície do vírus e Ag para identificar que se trata de um antígeno. Agora ficou fácil de entender, não é?
Para não perdermos a oportunidade de revisar conteúdo, vamos lembrar que o vírus da Hepatite B é um vírus de DNA, de transmissão parenteral (sangue ou relação sexual desprotegida, por exemplo) e cuja infecção pode cursar nas formas aguda e crônica. E se quiser mais informações sobre as hepatites virais, não deixe de conferir o artigo que já publiquei anteriormente aqui no Blog, intitulado O ABeCedário das Hepatites Virais (https://blog.grancursosonline.com.br/o-abecedario-das-hepatites-virais/). Lendo o artigo, inclusive, você irá entender porque ao receber a proteção contra o vírus da hepatite B, o indivíduo vacinado fica protegido também contra a infecção pelo vírus da hepatite D!
Voltando à vacina contra a Hepatite B, a via de administração é intramuscular profunda, normalmente no vasto lateral da coxa em crianças (ou na região do músculo deltóide quando em adultos). O esquema vacinal padrão é composto por 3 doses, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e 6 meses entre a primeira e terceira dose.
Porém, no caso dos recém nascidos, após a primeira dose (aplicada preferencialmente nas primeiras 24 horas ou até o 30º dia de vida), a continuidade do esquema vacinal se dá por meio da vacina pentavalente, que será foco do nosso próximo artigo. De forma resumida, a vacina pentavalente engloba, além da hepatite B, outras 4 doenças (difteria, tétano, coqueluche e infecções por Haemophilus influenzae tipo B). Como a vacina pentavalente é administrada aos 2 meses, 4 meses e 6 meses, o bebê recebe um total de 4 doses de imunização contra hepatite B.
Para fecharmos com “chave de ouro”, não se esqueça que a imunização é caracterizada pelo surgimento do anticorpo contra o supracitado antígeno de superfície do vírus da hepatite B, ao qual chamados de anti-HBs. Assim, o indivíduo vacinado apresentará todos os demais marcadores sorológicos para a hepatite B não reagentes ao exame laboratorial, com resultado reagente (níveis do anticorpo acima de 10,0 UI/mL) apenas para o anti-HBs, ok?
Ficamos por aqui, mas este é apenas o primeiro artigo da sequência em que abordaremos todo o calendário vacinal! Enquanto isso, só tenho a lhe desejar bons estudos junto ao time do Gran Concursos. Um forte abraço e até a próxima!
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Fonte: Gran Cursos Online