Apostilas em PDF – Os passos passam, as pegadas ficam

No correr de dias repletos de desafios, quando a rotina dos estudos avança no silêncio noturno de uma casa adormecida, algo extraordinário acontece: cada minuto investido desenha, de forma sutil e poderosa, o contorno de um futuro melhor. Não se trata apenas da passagem do tempo, mas da construção de um legado que ecoará muito além das provas e das vitórias pontuais. 

Cada minuto de sono renunciado, cada decisão renovada de permanecer focado, cada passo rumo a um propósito maior deixa na estrada uma pegada indelével. Imagine-se como o escultor dando forma à pedra bruta: todo golpe no mármore duro o aproxima da obra-prima que ali se esconde. Mesmo quando o cinzel parecer pesado e a jornada árdua, lembre-se: não são propriamente os golpes que importam, e sim a visão clara do artista sobre o que deseja criar.

A filosofia nos convida a ver essa jornada como uma profunda experiência de autoconstrução. Sartre fala de como somos os artífices do nosso próprio ser, enquanto Aristóteles ensina que a verdadeira felicidade se revela na prática da virtude e na busca pelo bem. Assim, cada página lida, cada questão resolvida, cada videoaula assistida (em 2x, talvez? Rs) e cada noite de sábado dedicada aos estudos não são meros passos que conduzem à aprovação, mas atos de transformação pessoal que consolidam a nobreza de caráter do concurseiro e ampliam o horizonte das suas possibilidades.

Mário Sérgio Cortella não nos deixa esquecer que a vida é breve, porém pode ser intensa. “O que fazemos enquanto estamos aqui define o que deixamos quando partimos”, diz. Essa intensidade se mede por muito mais que resultados imediatos; importa mais o legado de ética, coragem e conhecimento que imprimimos em nosso caminho. No caso do concurseiro, isso significa que um desafio superado não só o aproxima do cargo almejado como também molda nele uma identidade resiliente e comprometida com a verdade e a justiça. Não preciso nem dizer como, em se tratando de serviço público, isso fará diferença um dia, não é?

Imagine sua preparação diária como a construção de uma ponte ligando um presente insatisfatório a um futuro promissor. A cada viga erguida com perseverança, a cada segmento instalado com esmero, você não apenas vai atravessando o abismo dos desafios como também permite que outras pessoas o façam. Em outras palavras, toda escolha sua modela um ser humano capaz de inspirar e transformar. Essa perspectiva amplia o significado do sacrifício e revela que o maior prêmio que se pode esperar está na transmissão de saber e ética aos que seguirão seus passos. 

No Gran, temos uma tradição que materializa essa filosofia: o “Café com Gabriel”. Nesse espaço de troca, recebo novos colaboradores para um bate-papo de uma hora que se transforma em um convite para refletir sobre os sonhos e os legados que desejamos construir. Em meio à conversa, é comum me perguntarem qual é o meu grande sonho.

Respondo com convicção que é alcançar a terceira idade – que, para mim, só se inicia após os 80 anos. Imagino um tempo em que cada amanhecer seja celebrado com saúde, lucidez e energia, e a família se una não por compromisso, mas por vontade genuína de estar junto, compartilhando momentos que transcendem datas comemorativas. Mais que isso, almejo chegar a um ponto da vida em que, ao olhar para trás, eu possa constatar que deixei um legado capaz de transformar realidades e impactar milhões de pessoas. Isso importa para mim, sabe? Afinal, os passos passam, mas as pegadas ficam.

Está na Bíblia, em Provérbios 11:18: “O que semeia justiça terá recompensa verdadeira.” Nos quadros “Cheguei Lá” e “Imparável” do nosso blog, vemos essa verdade em ação: ali, aprovados narram não apenas como conquistaram a tão sonhada vaga, mas principalmente como a jornada os transformou em servidores mais éticos e comprometidos. São testemunhos vivos de que a recompensa transcende a aprovação – ela se materializa na influência positiva que exercemos no mundo por meio de nossas escolhas e atitudes.

Para os concurseiros, que trilham um caminho cheio de incertezas e enormes exigências, a mensagem é clara: o que eles semeiam hoje constrói o legado de amanhã e define como eles serão lembrados. Ou seja, ao compartilhar conhecimento, apoiar colegas e cultivar valores sólidos dia após dia, você não apenas realizará o seu sonho como também deixará rastros duradouros com potencial de inspirar futuras gerações.

Então, que as dificuldades inerentes a esse processo sejam percebidas como capítulos de um grande livro que conta uma história marcada pela autenticidade, pela coragem e pela busca incessante de um bem maior para você, sua família, sua comunidade e seu país. No fim, o que permanecerá são as pegadas de um ser transformado, capaz de inspirar e iluminar o caminho de outros tantos.

Vá lá! Esculpa sua obra-prima. Erga suas pontes. Construa seu legado. Porque os passos passam, mas as pegadas que você deixa guiarão quem quer que venha atrás.

Gabriel Granjeiro – CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.

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Mais artigos para ajudar em sua preparação:

1. E se eu conseguir?
2. Carta ao Gabriel de 18 anos
3. Aumente o sacrifício ou diminua o desejo
4. A Semente que Sobreviveu ao Frio
5. Depois das Cinzas
6. Tudo o que ainda pode ser
7. Toda dor é por enquanto
8. Fique pela sombra, viu?
9. Camarão que dorme a onda leva
10. O Paradoxo do Fardo Libertador: Por que o que pesa também nos eleva
11. Na forja do destino
12. O perigo de ser morno: a tragédia da mediocridade silenciosa
13. Território de caça
14. Sabedoria em Silenciar-se
15. A Rebeldia dos Sonhos
16. Pare de mentir para si mesmo
17. O inconquistável
18. Eles não vão te parar
19. É hora de dizer “chega”
20. Grato sempre, mas (muito) insatisfeito