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Olá, querido(a) aluno(a)!
Neste artigo vamos estudar o Spring Cloud Gateway, uma das soluções mais modernas para o papel de API Gateway em arquiteturas de microsserviços. Esse assunto vem aparecendo com frequência em provas de Carreiras de Tecnologia da Informação, especialmente em concursos que cobram práticas de desenvolvimento distribuído no ecossistema Java e Spring.
O Spring Cloud Gateway foi desenvolvido como sucessor natural do Zuul, trazendo um modelo reativo baseado no Spring WebFlux. Essa característica permite lidar com um número muito maior de requisições concorrentes, com menor consumo de recursos, tornando-o ideal para sistemas que exigem alta escalabilidade e baixa latência.
Assim como outros gateways, ele atua como ponto único de entrada para os clientes. Em vez de cada cliente se comunicar diretamente com dezenas de microsserviços, o Gateway centraliza a comunicação, recebendo as chamadas externas e encaminhando para os serviços corretos. Isso simplifica os clientes e permite centralizar políticas de segurança e monitoramento.
Uma das principais funcionalidades do Spring Cloud Gateway é o roteamento inteligente. Ele permite definir regras que determinam como as requisições são encaminhadas para os serviços de backend. Essas regras podem ser configuradas a partir de propriedades ou código Java, oferecendo grande flexibilidade.
Outro recurso poderoso é a aplicação de filtros. Os filtros podem manipular requisições e respostas em diferentes fases do tráfego. Por exemplo, podem ser utilizados para autenticação, autorização, logging, rate limiting, transformação de cabeçalhos e até mesmo cache de resultados. Essa modularidade reduz duplicação de lógica e promove consistência no ecossistema.
O Spring Cloud Gateway também se integra facilmente ao Service Discovery, como o Spring Eureka. Com isso, o roteamento pode ser feito com base em nomes lógicos dos serviços, em vez de endereços fixos, aumentando a resiliência e permitindo escalabilidade dinâmica.
Do ponto de vista de segurança, o Gateway se conecta ao Spring Security para implementar autenticação (via OAuth2, JWT ou outras estratégias) e autorização granular. Dessa forma, garante que apenas clientes ou usuários autorizados acessem os microsserviços.
Além disso, o Spring Cloud Gateway oferece suporte a observabilidade, fornecendo métricas sobre tráfego, latência e erros. Integrado ao Spring Boot Actuator e a ferramentas como Prometheus e Grafana, torna-se possível monitorar de perto o comportamento das requisições e agir preventivamente contra gargalos.
Outro ponto importante é a sua compatibilidade com protocolos modernos. Por ser construído sobre o WebFlux, ele suporta conexões reativas como WebSockets, o que amplia o leque de aplicações possíveis em arquiteturas distribuídas, indo além do tradicional REST/HTTP.
Por fim, o Spring Cloud Gateway é considerado hoje a solução recomendada pelo ecossistema Spring para API Gateway. Enquanto o Zuul ainda pode aparecer em provas, a tendência é que cada vez mais os concursos explorem o Gateway por sua robustez, integração nativa e alinhamento com arquiteturas reativas modernas.
Referências essenciais
Vamos ver como este conteúdo já foi cobrado?
1. (FCC – 2023 – TRT 15ª Região – Analista Judiciário – TI)
Um Técnico utilizou o Spring Boot para criar e implantar microsserviços em Java. Para definir um ponto de entrada para os microsserviços, gerenciando o tráfego, autenticando usuários e roteando solicitações para os serviços corretos, este Técnico deve utilizar uma escolha comum para essa finalidade, que é o Spring:
a) Route WebFlux.
b) Cloud Gateway.
c) Cloud Function.
d) Cloud Stream.
e) Integration.
Gabarito: letra b
Comentário: O Spring Cloud Gateway é a solução padrão moderna para implementar um API Gateway em arquiteturas de microsserviços com Spring. Ele centraliza autenticação, roteamento e políticas de tráfego, diferentemente de opções como o Spring Integration ou o Cloud Stream, que têm finalidades distintas.
2. (INSTITUTO AOCP – 2025 – TRE-TO – Analista Judiciário – TI)
Uma equipe de desenvolvimento está projetando uma aplicação baseada em arquitetura de microsserviços, com foco em alta escalabilidade, resiliência e facilidade de manutenção. O sistema utiliza Spring Boot, Spring Cloud e adota boas práticas como uso de Swagger, MapStruct, Eureka e Zuul como API Gateway. Durante a revisão, foi levantada a necessidade de garantir baixo acoplamento, descoberta dinâmica de serviços e balanceamento de carga. Qual alternativa atende a esse cenário?
a) O Spring Boot elimina a necessidade de gateway de entrada.
b) O MapStruct é utilizado para balanceamento de carga.
c) O Spring Eureka permite registro e descoberta automática de serviços, promovendo escalabilidade horizontal.
d) O Swagger atua como mecanismo de autenticação centralizada.
e) O Zuul impede o roteamento dinâmico entre microsserviços.
Gabarito: letra c
Comentário: Embora o Zuul apareça no enunciado, a questão explora o papel do Eureka no ecossistema Spring. O service discovery garante baixo acoplamento e escalabilidade dinâmica. O Gateway (Zuul ou Spring Cloud Gateway) atua em conjunto com o Eureka, mas não substitui sua função de descoberta.
Prof. Jósis Alves
Analista de TI no Supremo Tribunal Federal
Instagram: @josisalvesprof @aprovati
Fonte: Gran Cursos Online