Na noite da última quarta-feira (29), o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei (PL) 4173/23, que tributa investimentos de pessoas físicas no exterior, incluindo criptomoedas, como o Bitcoins. O PL também institui a taxação dos ricos que investem em fundos exclusivos e offshores (investimento no exterior).
O texto, que já havia recebido aprovação na Câmara dos Deputados, seguiu para a sanção do presidente Lula e tem previsão de entrada em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024. Vale ressaltar que a proposta original do governo federal foi alterada.
O texto inicial previa alíquota máxima de 22,5% para rendimentos no exterior com criptomoedas acima de R$ 50 mil, mas agora fixa taxa de 15% para qualquer faixa de ganhos, após modificação promovida pelos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado.
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Criptomoedas serão tributadas
A tributação de criptomoedas será realizada a partir dos rendimentos provenientes de transações envolvendo Bitcoin (BTC), e outras moedas digitais, em corretoras no exterior. A taxação vai incidir sobre ganhos, por isso o investidor só será tributado no momento da venda.
São exemplos de corretoras que operam criptomoedas fora do Brasil:
- Binance
- Coinbase
- Kucoin
- Bybit
- OKX
- Crypto.com
- HTX (Huobi)
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Fundos exclusivos e offshores
O Congresso Nacional também aprovou a taxação de fundos exclusivos e offshores, anteriormente isentos, com:
- a cobrança de come-cotas sobre fundos exclusivos
- a tributação anual de offshores, mesmo que os recursos permaneçam no exterior
- alterações que impactam a isenção de imposto de renda de fundos imobiliários e fiagros
Atualmente, cerca de 2,5 mil brasileiros com uma grana boa investem em fundos exclusivos, que representam um patrimônio total de R$ 756 bilhões, correspondendo a 12,3% da indústria de fundos do Brasil. A nova taxação desses fundos aplica uma alíquota de 15% sobre o rendimento para fundos de longo prazo e 20% para investimentos de até 1 ano (curto prazo), com tributação a cada 6 meses.
No que diz respeito aos fundos offshores, amplamente utilizados por investidores super-ricos para administrar bens no exterior, o projeto estabelece uma cobrança anual de 15% de Imposto de Renda a partir de 2024. A tributação ocorrerá uma vez ao ano, no dia 31 de dezembro. Atualmente, quem investe em offshores paga apenas 15% de IR sobre o ganho de capital quando e se o dinheiro retornar ao Brasil.
Taxação dos ricos
Taxas os ricos e os ganhos com investimentos fora do Brasil é considerada uma das principais estratégias do governo federal para aumentar a arrecadação de impostos, reduzir o déficit fiscal e diminuir as desigualdades sociais, promovendo uma tributação mais igualitária no país.
De acordo com o relatório apresentado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), estima-se que a taxação resultará em um montante de R$ 13 bilhões apenas em 2024. Segundo o governo Lula, o objetivo da reforma tributária é:
- possibilitar o crescimento da economia brasileira
- a redução das desigualdades sociais e regionais
- permitir que empresas brasileiras possam concorrer em pé de igualdade com as estrangeiras
- ampliar o poder de compra do cidadão e também o acesso a novas oportunidades de trabalho
- gerar mais recursos para a União executar ações e programas em benefício da população
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