O 13º salário é um direito de todo trabalhador com carteira assinada, que recebe um salário extra no final do ano. Mas como usar esse recurso de forma inteligente, sem comprometer o orçamento dos meses seguintes? O professor de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Max Bianchi, que é especialista em consultoria empresarial, dá algumas orientações para quem quer fazer uma boa gestão do benefício.
Pague as contas
A primeira dica do especialista é quitar as dívidas, principalmente as de curto prazo, que costumam ter juros e multas mais altos. “As aplicações financeiras e investimentos, por melhor que sejam, costumam remunerar abaixo dos valores que são pagos de juros e multas de empréstimos de curto e médio prazos”, explica.
Ele recomenda usar o 13º salário para pagar prestações e boletos atrasados, faturas de cartão de crédito, o saldo devedor de contas especiais e outras dívidas de curto e médio prazos. “Outro aspecto é que, em alguns casos, pode-se utilizar esse dinheiro extra para negociar dívidas junto aos credores, que podem até oferecer um desconto para a quitação ou o pagamento à vista”, acrescenta.
Reserve para o início do ano
Outra dica é guardar parte do 13º salário para quitar as despesas típicas de início de ano, como impostos, matrícula escolar, material escolar, uniforme, entre outras. “O ideal é ter um extra para complementar estas despesas, que costumam pesar no orçamento de janeiro e fevereiro”, alerta.
O professor do CEUB também sugere que adiantar alguns pagamentos de janeiro pode gerar descontos junto às escolas, prefeituras e órgãos públicos e privados. “A medida é válida desde que tenha a garantia de descontos para adiantar esses pagamentos ou, caso não seja possível, a alternativa é aplicar o dinheiro em investimentos de curto prazo e ganhar um pouco antes de sacar para pagar”, orienta.
Compre com desconto
Para quem precisa comprar presentes de final de ano, a dica é barganhar descontos para pagar as compras à vista, recorrendo diretamente ao 13º salário. Essa recomendação é apenas para quem não tem dívidas a pagar.
Segundo Bianchi, os lojistas preferem essa negociação, pois costumam pagar porcentagens dos valores que recebem às empresas de cartão de crédito pelos pagamentos via débito ou crédito. “Nesse sentido, pagar à vista, além de permitir descontos, evita o endividamento com prestações para os próximos meses, que costumam pesar no orçamento dos meses que estão por vir”, afirma.
Invista e poupe
Se o consumidor não estiver endividado, a dica de ouro é investir o dinheiro que sobrou. Para quem está começando e tem um perfil mais conservador, a melhor pedida são os fundos de renda fixa, onde os ganhos não são muito significativos, porém é mais difícil ‘perder dinheiro’. “Nesses casos, o valor aplicado é convertido em quotas e o valor unitário dessas vai variando. Normalmente, o investimento em fundos de renda fixa costuma galgar rendimentos superiores aos da poupança, e é necessário poupar por mais tempo”, explica.
O especialista também alerta para a importância de ter uma reserva para emergências ou, mesmo, ir guardando dinheiro para viagens ou aquisição de bens de valor mais alto, como a troca do carro. “Se puder dispor do dinheiro por mais tempo, sugere-se, além dos fundos de renda fixa, os investimentos em CDB (Certificados de Depósitos Bancários), LTN (Letras do Tesouro Nacional), aplicações em CDI e outras onde o rendimento tende a ser um pouco mais alto, porém este ocorre em prazo mais longo”, indica.
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