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O Concurso Nacional Unificado (CNU) finalmente teve suas provas para oito editais diferentes aplicadas neste domingo (18) e, com ela, a possibilidade de interpor recursos também abre suas portas!

E é claro que os nosso professores, os mais capacitados do mercado, já estão a todo vapor para encontrar possíveis irregularidades em diversas questões.

Por isso, confira logo abaixo as possibilidades de recursos do “ENEM dos concursos” contra o gabarito:

Concurso Nacional Unificado (CNU): possíveis recursos

Prova 14 de Língua Inglesa – Bloco 6, Gabarito 1 – CNU

É comum, por parte da banca de Cesgranrio, apresentar textos, grandes. No entanto, apenas a questão que indagava sobre o propósito principal do texto demandava a leitura dele, e ainda assim não era necessário ler todo, fato recorrentemente tratado com os nossos alunos do ESTRATÉGIA CONCURSOS.
A prova, como um todo, trouxe questões muito comuns em concursos que cobram a Língua Inglesa: REFERÊNCIA PRONOMINAL, USO DE CONJUNÇÕES (NOT ONLY…BUT ALSO, que significa “não só…mas também” , IF ,“se”), VOCABULÁRIO (WILLFULLY – “intencionalmente”, LIKELY – “provável”, SCRUTINIZE “examinar”, TO EXPLOITE “explorar”), USO DE PREFIXOS (UN-,IN-) e VERBOS MODAIS. Inquestionavelmente, a questão mais polêmica é a que aborda o uso do VERBO MODAL SHOULD, o qual, na maioria dos casos, explicita a ideia de SUGESTÃO ou CONSELHO, as quais não constavam como opções. Espera-se que a banca apresente como gabarito OBRIGAÇÃO, sendo que essa é ideia indicada por MUST. Por essa razão, acreditamos que essa questão seja passível de anulação.
PROFESSOR ADOLFO SÁ

Prova 10 – Bloco 2, Gabarito 1

Questão 15 – CNU, recursos

O Secretário Municipal de Inovação de determinado município busca elementos para modernizar os serviços prestados aos cidadãos. Ao realizar consulta a diversos órgãos, verifica a existência de complexo rol de normas sobre o tema no âmbito federal.
Nos termos do Decreto no 11.260/2022, na elaboração da Estratégia Nacional de Governo Digital serão observados, dentre outros itens, a Política de Dados
(A) Compartilhados
(B) Relevantes
(C) Solidários
(D) Populares
(E) Abertos

Motivo da “polêmica”

A questão abordou o Decreto 11.260/2022. Tal decreto, dispunha sobre a elaboração e o encaminhamento da Estratégia Nacional de Governo Digital e prorrogava o período de vigência da Estratégia de Governo Digital.

A questão em tela estaria perfeita, caso a prova tivesse sido aplicada na data original (5 de maio). Ocorre que, durante o adiamento, houve a introdução de um novo decreto, publicado em 21 de junho, o qual, dentre outras medidas, revogou justamente os artigos do Decreto 11.260/2022 alvos da presente questão.

Com base no supracitado Decreto revogado, a questão estaria bem elaborada e teria como gabarito a alternativa E. Hoje, a questão, no meu entender, deveria ser anulada. A polêmica gira em torno da verificação de comportamento da banca examinadora. Será que vai considerar a questão correta sob a ótica de quando foi elaborada? Ou entenderá que o novo decreto, publicado após a criação da prova, deve prosperar para fins de análise do gabarito?

Minha opinião é que a questão deve ser anulada.
Prof. Jonathan Roitman

Prova 03 – Bloco 3, Gabarito 1

Questão 11 – CNU, recursos

Considere o texto sobre a descentralização do Sistema Único de Saúde no Brasil. Estabelecida a partir da Constituição Federal de 1988 […], a descentralização da gestão e das políticas da saúde no país – feita de forma integrada entre a União, estados e municípios – é um dos princípios organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com este princípio, o poder e a responsabilidade sobre o setor são distribuídos entre os três níveis de governo, objetivando uma prestação de serviços com mais eficiência e qualidade e também a fiscalização e o controle por parte da sociedade. DESCENTRALIZAÇÃO. PenseSUS – A reflexão fortalece essa conquista. Disponível em: https://pensesus.fiocruz.br/descentralizacao. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado. Com base nesse princípio organizativo, estabelece-se que cada

(A) município do país tem a sua autoridade sanitária indicada pela União, considerando as especificidades locais para essa designação.

(B) município define uma macrorregião de saúde, respeitando a complexidade da provisão de serviços dentro de seu território.

(C) município define as áreas em que as secretarias estaduais investem recursos, considerando as demandas locais.

(D) estado é responsável pela definição da autoridade sanitária dos municípios, discriminando as regiões de saúde.

(E) esfera de governo é autônoma em suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.

Cabe anulação da questão por falta de alternativa plenamente correta.

A alternativa A está errada, pois nos crimes contra a fauna as penas variam desde seis meses até 5 anos, a depender do tipo pena.
As alternativas C, D e E estão erradas, pois trouxeram classificações incorretas para os crimes contra o meio ambiente (não existem classificações denominadas “emissão de efluentes”, “destruição da floresta” ou “crimes praticados por empreendimentos potencialmente poluidores sem licença”. Ainda que se relevasse esse fato e se observa-se somente as extensões das penas, não há correspondência na Lei nº 9.605/1998.
Por fim, acredita-se que o gabarito será a alternativa B, que também não trouxe uma correspondência exata das extensões das penas previstas na lei, mas trouxe um termo que indica apenas possibilidade (“podem”), o que, num caso concreto, poderia ser verdade.

Bloco 5, Gabarito 1 – Conhecimentos específicos, Eixo 2

Questão 11 – CNU, recursos

O texto a seguir é um relato de caso, vivenciado por Paulo Freire, narrado em seu livro Pedagogia da Esperança.

“Muito bem”, disse em resposta à intervenção do camponês. “Aceito que eu sei e vocês não sabem. De qualquer forma, gostaria de lhes propor um jogo que, para funcionar bem, exige de nós absoluta lealdade. Vou dividir o quadro-negro em dois pedaços, em que irei registrando, do meu lado e do lado de vocês, os gols que faremos eu, em vocês; vocês, em mim. O jogo consiste em cada um perguntar algo ao outro. Se o perguntado não sabe responder, é gol do perguntador. Começarei o jogo fazendo uma primeira pergunta a vocês.”

[.]

Primeira pergunta:

  • Que significa a maiêutica socrática?
Gargalhada geral e eu registrei o meu primeiro gol.
  • Agora cabe a vocês fazer a pergunta a mim – disse.
Houve uns cochichos e um deles lançou a questão:
  • Que é curva de nível?
Não soube responder. Registrei um a um
  • Qual a importância de Hegel no pensamento de Marx?
Dois a um.
  • Para que serve a calagem do solo?
Dois a dois
  • Que é um verbo intransitivo?
Três a dois.
  • Que relação há entre curva de nível e erosão?
Três a três.
  • Que significa epistemologia?
Quatro a três.
  • O que é adubação verde?
Quatro a quatro.

Assim, sucessivamente, até chegarmos a dez a dez.

Ao me despedir deles lhes fiz uma sugestão: “Pensem no que houve esta tarde aqui. Vocês começaram discutindo muito bem comigo. Em certo momento ficaram silenciosos e disseram que só eu poderia falar porque só eu sabia e vocês não. Fizemos um jogo sobre saberes e empatamos dez a dez. Eu sabia dez coisas que vocês não sabiam e vocês sabiam dez coisas que eu não sabia. Pensem sobre isto”

FREIRE, P. Pedagogia da Esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. p. 24. Adaptado.

A experiência apresentada no texto reforça uma perspectiva que considera a aprendizagem como um processo que privilegia o(a)

(A) interação entre organismo e meio

(B) adaptação proveniente da assimilação e acomodação

(C) processo histórico-cultural e as trajetórias pessoais

(D) controle sobre os comportamentos e as associações cognitivas

(E) reforço, a punição e os estímulos aos comportamentos

Gabarito: C

A alternativa A está errada, a perspectiva de aprendizagem que privilegia a interação entre organismo e meio é o interacionismo.

A alternativa B está errada, a perspectiva de aprendizagem que privilegia a adaptação proveniente da assimilação e acomodação é a Teoria de Jean Piaget.

A alternativa C está correta, a perspectiva de aprendizagem que privilegia o processo histórico-cultural e as trajetórias pessoais. A Pedagogia da Esperança é uma retomada da Pedagogia da Oprimido e enumera o conceito de relativização da cultura, que descreve não existe uma cultura certa ou errada, o que existe são culturas diferentes. Cada educando pode se desenvolver segundo seus próprios contextos culturais e históricos. Nesse sentido, o autor Vygotsky aborda a em sua teoria histórico-cultural que as trajetórias pessoais, vida familiar, escolar e as vivências são formas de processo de aprendizagem que parte do contexto social do educando.

A alternativa D está errada, a perspectiva de aprendizagem que privilegia o controle sobre os comportamentos é a Teoria Comportamentalismo/Behaviorismo com os autores Watson, Skinner e Pavlov. A teoria que aborda a questão das associações cognitivas é o Cognitivismo com os autores Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.

A alternativa E está correta, a perspectiva de aprendizagem que privilegia o reforço, a punição e os estímulos aos comportamentos é a Teoria Comportamentalismo/Behaviorismo.

Questão 19 – CNU, recursos

Foi regulamentado recentemente pelo Governo Federal, diante das altas taxas de evasão no ensino médio, o Programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, a estudantes dessa etapa da escolarização denominado Pé-de-Meia. O objetivo desse Programa é garantir a permanência na escola dos estudantes matriculados no ensino médio público. Serão priorizados, nesta primeira fase do Programa, estudantes cuja família seja beneficiária do Programa Bolsa Família e cadastrada no Cadastro Único.

Esse Programa, do ponto de vista das tipologias das políticas públicas, se caracteriza como uma política

(A) regulatória

(B) compensatória

(C) emancipatória

(D) redistributiva

(E) distributiva

Gabarito extraoficial EC: (E) distributiva.

Questão polêmica, pois não existe um posicionamento uniforme da literatura sobre a classificação de políticas de natureza assistencialista, segundo a tipologia de Lowi (1964), a qual se baseia no critério de “impacto esperado na sociedade” (Secchi, 2019, p. 31) e separa as políticas em regulatórias, distributivas, redistributivas e constitutivas.

Para Secchi (2019), as políticas distributivas geram benefícios concentrados para alguns grupos de atores e custos difusos para toda a coletividade/contribuintes. Exemplos desse tipo de política pública são subsídios, gratuidade de taxas para certos usuários de serviços públicos, incentivos ou renúncias fiscais etc. Esse tipo de política se desenvolve em uma arena menos conflituosa, considerando que quem paga o “preço” é a coletividade.

Ainda para Secchi (2019), as políticas redistributivas concedem benefícios concentrados a algumas categorias de atores e implicam custos concentrados sobre outras categorias de atores. É um tipo de política que provoca muitos conflitos, pois representa um jogo de soma zero. Exemplos clássicos são cotas raciais para universidades, políticas de benefícios sociais ao trabalhador e os programas de reforma agrária. Segundo Lowi (1964), as políticas redistributivas não recebem esse rótulo pelo resultado redistributivo efetivo (renda, propriedade etc.), mas sim pela expectativa de contraposição de interesses claramente antagônicos.

Neste caso, o Programa Pé-de-Meia seria uma política distributiva, uma vez que distribui recursos financeiros a um grupo específico de estudantes, visando incentivá-los a permanecer na escola, sem contrapor interesses com a redistribuição de riqueza entre diferentes segmentos da sociedade.

Um adendo: para Secchi (2019, p. 33), as fronteiras que separam esses quatro tipos de políticas não são facilmente visualizáveis e geralmente agregam características de dois ou mais tipos de política.

Por outro lado, Paludo (2013) trata as políticas redistributivas como aquelas que têm a finalidade de mudar o nível de concentração de recursos por meio da instituição de mecanismos de repasse de pontos de maior concentração para os de menor concentração, utilizando como exemplo o Bolsa-família. Para ele, as políticas redistributivas são marcadas pelo alto grau de conflito, visto que beneficiam uns em detrimento de outros. Seu objetivo final é normalmente melhorar o perfil de distribuição de renda, como é o caso do Programa Pé-de-Meia citado na questão.

Portanto, na visão de Souza (2006) e Paludo (2013), o Programa Pé-de-Meia seria uma política redistributiva, pois busca transferir recursos financeiros para um grupo específico da população (estudantes de famílias beneficiárias do Bolsa Família), visando reduzir desigualdades educacionais e garantir a permanência escolar, ou seja, seu impacto – base para a tipologia de Lowi – é a redução da desigualdade e redistribuição de renda.

Em resumo, o Programa Pé-de-Meia:

  • Na visão de Secchi (2019): política distributiva (Letra E)
  • Na visão de Souza (2006) e Paludo (2013): política redistributiva (Letra D)

Prova 16 – Bloco 8, Gabarito 1

Questão 25 – CNU, recursos

De antemão reforço que não tivemos qualquer problema na redação do enunciado, tampouco extrapolação ao edital nem ausência de alternativa correta nessa questão. Muito pelo contrário, temos aqui um exercício muito bem elaborado pelos examinadores da banca CESGRANRIO!

Trata-se de uma questão de nível médio de dificuldade e que pode ser resolvida a partir da resolução da seguinte equação do primeiro grau:

3000 + 100x = 2 . (4000 + 60x).

Chamou-me a atenção, porém, o fato de que, ao resolvermos o problema, encontramos como solução o número – 250. Ora, mas sendo esse número negativo, que tipo de conclusão o candidato deveria extrair diante do contexto da situação problema apresentada? Bem, como não faz sentido nessa questão pensarmos em um “número negativo de meses”, o resultado indica, portanto, que a afirmativa de R “nunca será realizada”, pois o seu capital nunca chegará a ser o dobro do capital de P. Diante disso, podemos indicar a opção “A” como correta.

Poderia parar minha análise por aqui, mas, intrigou-me o fato de que talvez “intuitivamente” ficássemos com a sensação de que como os aportes mensais de R (100 dólares por mês) seriam maiores que os de P (60 dólares por mês), então, em algum mês, de fato, o seu capital aumentaria tanto que chegaria ao ponto de dobrar o de P. E era aí que morava o perigo na intepretação desse enunciado. Nesse cenário e, o pior, com essa “sensação” de que seria possível termos em algum instante (mesmo que depois de muitos meses) essa duplicação do capital de R, a alternativa “E” (será realizada depois do ano 2054) passaria a ser, então, uma boa candidata a gabarito. Boa candidata, sim! Mas na verdade não passou de uma grande armadilha.

Na matemática podemos estudar o conceito de limite. Não vou aprofundar aqui na explicação e reforço que não era necessário qualquer tipo de conhecimento sobre tal conceito para a resolução da questão aqui em destaque. Mas a noção de limite nos ajuda a confirmar a ideia de que o capital de R nunca será o dobro do de Q. Por mais que pensássemos em um número muito grande de meses (fazendo essa quantidade tender ao infinito, ou seja, numa situação muito extrema) a razão entre o capital de R (3000 + 100x) e o capital de P (4000 + 60x) com seu número de meses tendendo ao infinito, chegaríamos à conclusão de que essa razão iria se aproximar muito do número (5/3), ou seja, iria se aproximar muito da dízima 1,666… Percebe? Essa razão de aproxima muito de 1,666… Ela não se aproxima de 2! E é com a garantia desse resultado que temos, então, mais uma confirmação matemática (e, agora, não mais apenas na base da intuição) para a nossa questão. Curioso, não é? Apesar dos aportes maiores de R ainda assim seu capital jamais iria chegar a dobrar o capital de P. Ótima questão!

CNU: as solicitações poderão ser feitas em quais situações?

A solicitação deverá ser feita na mesma página onde o candidato fez a inscrição. É necessário fazer login no endereço cpnu.cesgranrio.org.br/login com os dados da conta GOV.BR, clicar na Área do Candidato e, na sequência, em solicitações.

O candidato deverá acessar o campo de Interposição de Recursos, e enviar uma petição direcionada à Fundação Cesgranrio, ou seja, um documento formal narrando os fatos e solicitando uma providência.

Ainda de acordo com o edital, o candidato não deverá se identificar durante a solicitação de recurso. Caso o participante apresente qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite o seu reconhecimento, os pedidos serão considerado indeferidos – independentemente da procedência.

Não serão aceitos recursos por via postal, e-mails, fax ou fora do prazo preestabelecido pelo edital (veja cronograma abaixo).

Em caso de questões anuladas, os pontos serão atribuídos a todos os candidatos que realizaram as provas objetivas.

Cronograma para solicitação de recurso do CNU

  • Prazo para solicitação de recurso referente as questões formuladas ou gabaritos: 20 e 21 de agosto
  • Prazo de revisão das notas da discursiva: 8 e 9 de outubro
  • Prazo para solicitação de recurso referente ao resultado da avaliação de títulos: 4 e 5 de novembro
  • Prazo para solicitação de recurso referente as avaliações dos candidatos que concorrem às vagas reservadas para negros, indígenas e pessoas com deficiência: 13 e 14 de novembro

Para ficar por dentro de todas as informações sobre o Concurso Nacional Unificado (CNU), chamado de “ENEM dos concursos”, como os recursos, não deixe de conferir nosso artigo completo sobre a seleção do CPNU:

Concurso Nacional Unificado


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Fonte: Estratégia Concursos

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