Especialistas criticam proposta do governo Tarcísio de adotar livros digitais sem qualquer critério

A recente decisão do governo de São Paulo de fornecer exclusivamente material didático digital para alunos do ensino fundamental II e ensino médio tem gerado controvérsia e críticas de acadêmicos e entidades envolvidas na área educacional.

A ideia de eliminar os livros físicos das salas de aula e adotar somente o conteúdo informatizado é vista com preocupação por especialistas, que defendem a necessidade de um esquema híbrido, combinando as vantagens do analógico e do digital.

Especialistas enfatizam que a formação das futuras gerações exige uma abordagem mais cuidadosa e gradual, com adaptações na infraestrutura escolar, formação dos professores e mudanças nas propostas pedagógicas. O exemplo da Suécia, que adotou a digitalização completa e depois decidiu recuar, é citado como um alerta para os riscos de uma transição brusca.

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Transição para o material didático digital precisa ser planejada e adaptada à realidade das escolas

Olavo Nogueira Filho, diretor executivo da ONG Todos Pela Educação, destaca ao g1 que nenhum país optou por uma substituição integral dos materiais impressos pelos digitais. Ele defende a coexistência dessas duas formas de ensino como uma abordagem mais equilibrada e eficiente.

A falta de infraestrutura tecnológica nas escolas é um dos principais obstáculos para a adoção do material informatizado. A manutenção e conserto dos computadores e dispositivos eletrônicos tornam-se desafios a serem enfrentados pelas instituições de ensino.

Além disso, o uso excessivo de telas também é um ponto de preocupação, pois pode causar prejuízos pedagógicos, afetando a concentração e o aprendizado dos alunos. Especialistas defendem a necessidade de equilibrar o tempo de exposição às telas com outras atividades que estimulem a interação social e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais.

Apesar dos benefícios da tecnologia, a transição para o material didático digital precisa ser cuidadosamente planejada e adaptada à realidade das escolas e das famílias. O processo deve considerar a democratização do conteúdo para acesso de pessoas com deficiência, facilitando o aprendizado inclusivo.

Outro aspecto positivo é a agilidade na avaliação dos alunos, permitindo uma análise mais rápida do desempenho e um feedback mais efetivo para o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, a adoção do material informatizado não deve desconsiderar os benefícios do material impresso, como a possibilidade de melhor compreensão do conteúdo e a redução do peso das mochilas, além de eliminar o risco de esquecimento dos livros em casa.

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Fonte: JC Concursos

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