Mauro Cid vai confessar, alerta novo advogado de defesa

Após três meses de detenção no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, está prestes a tomar um passo surpreendente ao romper o silêncio e confessar sua participação nos prováveis crimes que movimentaram o país.

Cid, que está envolvido em uma complexa trama que envolve a falsificação de cartões de vacinação, um plano para anular o resultado das eleições de 2022 e a venda ilegal de joias, relógios e presentes recebidos por Bolsonaro durante seu mandato, agora promete revelar uma nova perspectiva sobre o caso.

O que torna essa confissão ainda mais impactante é a alegação de Cid de que todas as suas ações foram realizadas sob ordens diretas do então chefe de Estado, Jair Bolsonaro. Essa revelação promete sacudir intensamente o cenário político e jurídico, lançando uma nova luz sobre o escândalo que já vinha afetando a imagem do ex-presidente.

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Mauro Cid deve revelar que Bolsonaro sabia que os procedimentos adotados eram até mesmo criminosos

Através da confissão de Cid, será detalhado como a venda das joias e presentes nos Estados Unidos ocorreu sob a orientação de Bolsonaro. O dinheiro proveniente da venda foi transferido para o Brasil e entregue em espécie ao ex-presidente, evitando rastreamento. Essa declaração coloca em xeque a versão da defesa de Bolsonaro, que sustentava ter devolvido voluntariamente algumas das joias em questão.

A confissão de Cid também desafia a afirmação de que Bolsonaro estava alheio às práticas ilegais e irregularidades, já que o tenente-coronel afirmará ter agido seguindo ordens diretas do ex-presidente. A revelação foi confirmada pelo advogado de defesa de Cid, Cezar Bitencourt, à revista VEJA. 

Pelas informações que planeja revelar, ele deve esclarecer que o presidente tinha conhecimento, ao menos em parte, de que alguns dos procedimentos adotados eram irregulares ou até mesmo criminosos. Isso se aplica especialmente à questão financeira.

A negociação de dois relógios de luxo, um Rolex e um Patek Philippe, resultou em um montante de 68 mil dólares para a chamada “organização criminosa”, que, conforme a Polícia Federal, usou as estruturas do Estado para obter ganhos ilícitos. Cid planeja afirmar perante a Justiça que ele conduziu a transação por ordens do chefe.

Segundo relato, Bolsonaro teria dito “resolve lá” ao dar a ordem, que incluía a transferência do dinheiro acumulado de volta para o Brasil. “A relação de subordinação na iniciativa privada é uma coisa. O funcionário pode cumprir ou não. No funcionalismo público, é diferente. Em se tratando de um militar, essa subordinação é muito maior”, explica o advogado a revista VEJA. 

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Fonte: JC Concursos

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