A jornalista e fotógrafa pernambucana Céu Albuquerque torna-se a primeira pessoa intersexo no Brasil a ter seu nome e sexo retificados na certidão de nascimento, reconhecendo sua identidade e abrindo caminho para a visibilidade e o respeito à comunidade.
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O que significa ser intersexo?
As pessoas intersexo nascem com características sexuais que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino, podendo apresentar variações anatômicas, hormonais e cromossômicas. Estima-se que entre 0,05% e 1,7% da população mundial seja intersexo.
Historicamente, a comunidade intersexo foi submetida a cirurgias e procedimentos médicos desnecessários e muitas vezes irreversíveis na tentativa de “normalizar” seus corpos, violando seus direitos humanos e autonomia.
Em 2015, a ONU publicou uma nota informativa sobre os direitos das pessoas intersexo, condenando as cirurgias forçadas e conclamando os países a garantir a autonomia corporal e o respeito à diversidade sexual.
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Cirurgias de “normalização”: traumas e violações
As cirurgias de “normalização” podem ter graves consequências físicas e psicológicas, além de esterilizar as pessoas intersexo sem seu consentimento. A história de Céu Albuquerque, que nasceu com hiperplasia adrenal congênita sendo submetida a uma cirurgia de “adequação” genital na infância, ilustra os traumas e violações sofridos por essa comunidade.
Roberta Close, modelo que fez redesignação de sexo, e Karen Bachini, influenciadora digital, são exemplos de pessoas intersexo que compartilham suas histórias, promovendo a visibilidade e a compreensão da comunidade.
A luta por reconhecimento, respeito e autonomia da comunidade intersexo ainda é árdua. É necessário garantir o acesso a informações, acompanhamento médico adequado, o fim das cirurgias coercitivas e o respeito à autoidentificação.
A conquista de Céu Albuquerque é um passo importante na luta por direitos e reconhecimento da comunidade intersexo. A sociedade precisa evoluir para um modelo que abrace a diversidade sexual e garanta a autonomia corporal e o respeito à identidade de todas as pessoas.
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