Em um gesto histórico, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução simbólica na sexta-feira (27), pedindo uma trégua na guerra entre Israel e o Hamas. A resolução, apresentada pela Jordânia, não apenas solicita uma pausa temporária nas hostilidades, mas também exige assistência e acesso à Faixa de Gaza para garantir a proteção de civis.
A resolução recebeu um amplo apoio de 120 Estados-membros, demonstrando o consenso internacional sobre a necessidade de paz na região. No entanto, 45 nações optaram por se abster, e 14 países, incluindo os Estados Unidos e Israel, votaram contra a resolução.
A decisão da Assembleia Geral ocorre após o Conselho de Segurança da ONU ter falhado quatro vezes nas últimas duas semanas em tomar uma ação decisiva sobre o assunto.
Após a aprovação da resolução, as salas da Assembleia Geral ecoaram com aplausos dos representantes dos Estados-membros. Embora a resolução não seja legalmente vinculativa, ela tem um peso político significativo, refletindo a vontade coletiva da comunidade internacional.
Em um desenvolvimento separado, uma emenda proposta pelo Canadá, que rejeitou e condenou de forma inequívoca os ataques terroristas do Hamas em Israel desde 7 de outubro e a tomada de reféns, foi rejeitada. A emenda recebeu 88 votos a favor, 53 contra e 23 abstenções.
Aprovação da resolução poderá isolar potencialmente os Estados Unidos e Israel na arena internacional
O especialista em Política e Relações Internacionais e Secretário do Comitê de Pesquisa para a Ásia e o Pacífico na Associação Internacional de Ciência Política (IPSA), Alexandre Coelho, explicou ao g1 que “uma resolução aprovada por uma maioria significativa pode servir como um forte indicador de consenso internacional, que, por sua vez, pode exercer pressão moral e política sobre os países envolvidos.”
Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas não consegue propor uma solução, como tem sido o caso no conflito em curso entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a Assembleia Geral pode considerar uma resposta alternativa. Se aprovada por uma maioria de dois terços, como foi o caso na votação de hoje, a resolução pode fornecer orientações às nações.
Coelho acredita que o impacto inicial da aprovação da resolução será o isolamento dos Estados Unidos e Israel diante da comunidade internacional. Além disso, a adoção da resolução pode estimular novas discussões no Conselho de Segurança, potencialmente criando um ambiente favorável para uma nova proposta brasileira.
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