O número de brasileiros que buscaram asilo nos Estados Unidos deu um salto notável em junho deste ano, comparado a outubro de 2022. De acordo com informações compiladas pelo escritório de advocacia AG Immigration com base em dados do Departamento de Estado e do Departamento de Segurança Interna dos EUA, os pedidos subiram de 206 para 695 durante esse período.
O levantamento compara os dados a partir de outubro de 2022, que marca o início do ano fiscal nos Estados Unidos. Desde então, o governo norte-americano registrou 295 mil pedidos de asilo, sendo 3.417 (1,1% do total) vindos de cidadãos brasileiros.
Isso posiciona o Brasil como a 17ª nacionalidade com maior número de pedidos de asilo. Para efeito de comparação, no mesmo período do ano fiscal anterior (outubro de 2021 a junho de 2022), foram registrados 1.622 pedidos.
O mês de maio se destacou no atual ano fiscal, registrando o maior número de demandas de asilo por brasileiros, totalizando 777 pedidos, o que colocou o Brasil em 13º lugar no ranking desse mês.
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Apenas 11% dos pedidos de asilo feitos por brasileiros foram aceitos no primeiro semestre
A advogada de imigração Ana Barbara Schaffert explica que nos últimos anos observa-se um aumento de brasileiros detidos na fronteira entre os EUA e o México, muitos deles com a intenção de solicitar asilo para buscar permissão para viver nos Estados Unidos. A motivação para essa busca tem sido, em sua maioria, fugir da violência ou da pobreza em território brasileiro.
Schaffert destaca que, conforme a lei americana, para um imigrante ser elegível ao asilo, ele precisa comprovar um medo crível de perseguição em seu país de origem por motivo de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou por integrar algum grupo social. Essas condições são mais facilmente identificadas em países não democráticos.
Ela acrescenta que habitantes de países da América Central com alta incidência de crime organizado frequentemente recorrem ao asilo. No entanto, tanto para esses países quanto para o Brasil, as chances de sucesso não são altas. “O fato de a pessoa viver em uma área violenta ou extremamente pobre não a torna elegível para pleitear asilo nos Estados Unidos. Ela precisa demonstrar claramente que sofrerá perseguição por um dos motivos estipulados em lei se retornar ao país de origem.”
Os cinco países da América Latina e do Caribe que lideram a lista de pedidos de asilo representam 70% das solicitações desde outubro do ano passado até junho de 2023. Esses países são: Cuba (74 mil), Venezuela (67 mil), Colômbia (25 mil), Nicarágua (23 mil) e Haiti (18 mil). O primeiro país fora dessa região a aparecer na lista é o Afeganistão, ocupando a sétima posição com cerca de 10 mil pedidos.
Os números do Departamento de Justiça americano mostram que apenas 11% dos pedidos de asilo feitos por brasileiros foram aceitos no primeiro semestre do atual ano fiscal, colocando o Brasil na décima posição com menor taxa de aprovação entre 65 países cujos dados estão disponíveis.
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