O mistério por trás do apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal no dia 15 de agosto começa a dar lugar a algumas respostas. Nesta sexta-feira (25), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou um relatório preliminar que aponta uma possível causa para a queda de energia em larga escala.
Conforme a avaliação técnica, o desempenho insatisfatório das fontes de geração próximas à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf, pode ter desencadeado uma série de eventos que culminaram na interrupção massiva do fornecimento de energia.
A análise foi apresentada e discutida durante a primeira reunião técnica para elaborar o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que deverá ser finalizado em aproximadamente 30 dias. Mais de mil profissionais participaram do evento online.
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Polícia Federal também está investigando as circunstâncias que levaram ao apagão
O ONS destacou que a linha de investigação mais promissora sugere que o desempenho abaixo do esperado das fontes de geração foi um segundo evento que, em cadeia, desencadeou os desligamentos em cascata. No total, mais de 22 mil MW de energia foram interrompidos nos estados afetados.
A interrupção, que teve início às 8h30 do dia 15 de agosto, resultou em uma queda de fornecimento de cerca de 19 mil megawatts, representando aproximadamente 27% da carga total (73 mil MW) no horário. Uma nova reunião de avaliação está programada para o dia 1º de setembro, visando aprofundar ainda mais a compreensão das causas do apagão.
Paralelamente, a Polícia Federal (PF) está investigando as circunstâncias que levaram ao apagão. A PF instaurou um inquérito policial na terça-feira (22) para apurar possíveis crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública. O apagão levou o Ministério de Minas e Energia a solicitar uma investigação conjunta da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para entender as causas do incidente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou a complexidade da situação, destacando que o ONS não poderá concluir de maneira unilateral se os eventos foram resultados de falhas técnicas ou se houve contribuição de fatores humanos ou intencionais.
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