Apostilas em PDF – a vacina contra dengue disponível no SUS 

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Olá pessoal! Tudo bem? Sou a professora Débora Juliani, farmacêutica, especialista em Análises Clínicas e faço parte da equipe de professores do Gran Concursos.

Em dezembro de 2022 publiquei aqui no blog um artigo que trazia uma novidade: as vacinas contra a dengue. Aproveito para deixar aqui o link caso você queira conferir (https://blog.grancursosonline.com.br/vacinas-para-dengue-sim-elas-tambem-existem/). 

À época, a Dengvaxia® era a única vacina contra a dengue disponível no Brasil e como relatei, por apresentar indicações de uso bastante restritas (indivíduos soropositivos, ou seja, que já tiveram dengue uma vez, e que moram em áreas endêmicas exatamente por apresentarem alta probabilidade de uma segunda infecção), não faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI). Se você não entendeu o motivo dessa restrição, eu explico no artigo anterior, cujo link está logo ali em cima, ok?

Mas eu profetizei quando disse que “é possível que em breve tenhamos mais uma opção disponível no Brasil além da Dengvaxia®. Trata-se do imunizante Qdenga®, do laboratório japonês Takeda, que acaba de ser aprovado para uso na União Europeia”. E foi breve mesmo! Um ano depois, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde!

Na verdade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina no Brasil ainda março de 2023, com base em estudo feito com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos. Porém, antes de ser incorporado ao sistema público de saúde, o produto foi avaliado pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologia (CONITEC), e teve parecer favorável em dezembro de 2023, passando, portanto, a integrar o PNI em 2024.

Vamos relembrar algumas informações importantes sobre o vírus da dengue e entender as características e indicações da Qdenga®?

O vírus da dengue (DENV) é um arbovírus (nome dado a vírus cujo ciclo de replicação ocorre parcialmente em insetos), transmitido pela picada da fêmea do “famoso” mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), todos circulantes no Brasil. Na prática, isso significa que uma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes na vida, caso seja contaminada pelos quatro sorotipos, um de cada vez. 

Os sintomas são bem conhecidos dos brasileiros: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Normalmente o quadro tem evolução benigna, com manejo destes sintomas e posterior cura. Porém, a partir da segunda infecção, aumentam as chances de a doença evoluir para a forma grave, popularmente chamada de dengue hemorrágica, cujos sintomas incluem dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Lembra que a Dengvaxia® só era indicada para indivíduos soropositivos e que moram em áreas endêmicas para prevenir uma segunda infecção? A Qdenga® veio então para mudar isso, pois é um imunizante que protege pessoas ainda não contaminadas pelo vírus da dengue!

Trata-se de uma vacina tetravalente (pois protege contra os quatro sorotipos do vírus DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) baseada em engenharia genética recombinante, que utiliza um vírus DENV-2 vivo atenuado, ou seja, ela interage com o sistema imunológico para gerar uma resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas sem causar a doença em si ou colocar a pessoa imunizada em risco. 

Mas você pode estar se perguntando: “se a vacina usa o DENV-2 vivo atenuado, como ela confere também proteção contra os demais sorotipos 1, 3 e 4”? É aí que entra a engenharia genética! Utiliza-se um DENV-2 vivo atenuado, derivado de laboratório, que fornece a estrutura genética para agregar os genes dos demais sorotipos do vírus da dengue. Ou seja, são realizadas modificações nos genes da proteína do envelope (E) e da pré-membrana (prM), substituindo o gene do DENV-2 desses dois locais por genes correspondentes das cepas DENV-1, DENV-2 e DENV-4, formando, assim, as chamadas “quimeras

A Qdenga® deve ser administrada por via subcutânea, em um esquema de duas doses, com intervalo de 3 meses. Não há necessidade de reforço ao longo da vida justamente porque sendo uma vacina de vírus vivo atenuado, como já mencionei, leva ao desenvolvimento de resposta imunológica humoral e celular, conferindo, portanto, uma proteção completa e duradoura! 

Façamos uma pequena pausa para eu te fazer um convite: quer relembrar os tipos de vacina e as características principais de cada um deles? Então confira o artigo que publiquei anteriormente aqui no blog, intitulado “Tudo que você precisa saber sobre Imunidade e Vacinas” (https://blog.grancursosonline.com.br/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-imunidade-e-vacinas/)

De volta à estrela da vez, a Qdenga® sua proposta é ser indicada para prevenção da dengue em pessoas de 4 a 60 anos de idade, sem distinção entre quem teve ou não a doença e os dados submetidos à ANVISA apontam que sua eficácia geral é de 80,2% a partir de 30 dias da conclusão do esquema de 2 doses, enquanto a eficácia contra as formas que requerem hospitalização é de 90,4%.

Porém fica o alerta: justamente por ser uma vacina de vírus vivo atenuado, ela não é recomendada para pacientes com alguma condição de imunossupressão, gestantes e mulheres que estejam amamentando, devido à possibilidade, sempre existente nestas vacinas, de reversão da forma viral atenuada em uma forma virulenta, ok? Naturalmente, também não é indicada para pessoas que demonstraram alergia a doses anteriores da vacina Qdenga® ou a seus componentes. Pacientes que estiverem com febre no dia da aplicação, devem aguardar até a completa recuperação.

Uma informação interessante é que pacientes que já tiveram dengue e tomaram a Dengvaxia® na rede privada, podem tomar a Qdenga® normalmente, para evitar nova infecção ou, em caso de contágio, desenvolver sintomas mais leves. Nesse caso, o paciente deve iniciar o esquema idealmente seis meses após a última dose de Dengvaxia® (cujo esquema posológico prevê três doses) ou seis meses após apresentar um quadro de dengue. Quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.

Inicialmente, a vacinação pela rede pública com a Qdenga® vai contemplar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta maior risco de agravamento, e regiões com maior incidência da doença. Isto porque o laboratório Takeda, fabricante da Qdenga®, tem uma quantidade restrita de doses disponíveis. 

Para finalizar, deixo aqui um quadro resumo com as principais características de ambas as vacinas disponíveis atualmente. Observe as vantagens da Qdenga® em relação à Dengvaxia®: além de apresentar maior eficácia, a faixa etária contemplada pela nova vacina também expandiu, abrangendo agora indivíduos de 4 a 60 anos. Além disso, o esquema vacinal foi simplificado para duas doses com intervalo de 3 meses, em contraste com as três doses necessárias do antigo imunizante. Outro diferencial significativo é a não necessidade de testes de sorologia pré-vacinação, isto é, a Qdenga® pode ser aplicada em pessoas que ainda não foram expostas ao vírus selvagem da dengue (soronegativos).

Bom demais, não é mesmo? Então vou ficando por aqui, mas sem deixar de te convidar para continuar a estudar com o time do Gran Concursos. Temos cursos on line voltados para os editais dos principais concursos e residências do Brasil e estamos comprometidos com a sua aprovação! Um forte abraço e até o próximo artigo!

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Fonte: Gran Cursos Online

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