Apostilas em PDF – Aumente o sacrifício ou diminua o desejo

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Semana passada, contei a história de Aldenir Lopes, aluno Gran que, mesmo após cinco anos em situação de rua – e contra todas as probabilidades –, conquistou aprovação em quatro concursos. Semianalfabeto, ele jamais se curvou às circunstâncias adversas. Com um desejo quase feroz de se tornar agente público, superou obstáculos que teriam sido mais do que suficientes para fazer muita gente desistir.

Foi um processo longo e doloroso, que revela uma verdade fundamental da vida: o caminho para conquistas extraordinárias exige uma escolha inescapável – aumentar nossa disposição ao sacrifício ou moderar nossas pretensões. É uma escolha brutal, porém inevitável, e Aldenir optou pelo sacrifício sem meias medidas.

Nosso maior desafio não é, então, a falta de tempo, de dinheiro ou de sorte, mas o embate interno entre ambição e renúncia. Quanto maiores os nossos objetivos, maior a dedicação necessária para alcançá-los. Essa é a lei universal contra a qual é inútil lutar – uma verdade que a história confirma repetidamente.

Theodore Roosevelt sintetizou essa compreensão em uma imagem poderosa. Ao falar sobre “o homem na arena”, em um de seus discursos mais conhecidos, o estadista defendeu que o verdadeiro progresso é construído no combate direto contra as adversidades. Para ele, suor, poeira e cicatrizes não eram marcas de derrota, mas símbolos de uma vida significativa. A grandeza, argumentava, está reservada àqueles que aprendem a distinguir entre o supérfluo e o essencial e, assim, transformam seus sonhos em legítimo propósito.

Um século mais tarde, outro líder político abordaria o tema do sacrifício, agora pela perspectiva da coletividade. Em 2008, durante uma das piores crises financeiras desde a Grande Depressão, Barack Obama, então recém-eleito presidente dos Estados Unidos, deparou com um cenário devastador: mercado imobiliário em colapso, grandes bancos à beira da falência e desemprego nas alturas. Seu desafio era duplo: preparar medidas duras de recuperação econômica e, ao mesmo tempo, manter a população unida e esperançosa. Em seus discursos, não apenas conclamava os americanos a aceitar perdas temporárias como também os inspirava a enxergar as dificuldades do presente como sementes de um futuro mais próspero e justo. Sua mensagem, que transcendia a política partidária, ecoava um princípio universal: renunciar hoje é cultivar o solo do amanhã.

Embora esses exemplos venham de personalidades que moldaram a história, a verdade sobre escolher entre sacrifício e moderação se manifesta também nas trajetórias mais próximas de nós. Veja o caso de Aldenir. Ele, que sempre vivera em privação, compreendeu isso instintivamente. Sua própria condição de não ter nada a perder o libertou do medo que paralisa tantas pessoas – e essa ausência de medo se tornou seu maior trunfo. Pragmático, ainda muito jovem aceitou o desconforto como parte inegociável da rotina, transformando sua jornada. Como tantos outros que já haviam trilhado caminhos igualmente difíceis, descobriu na própria experiência a verdade que Marco Aurélio expressou em suas Meditações: “Se algo está ao alcance humano, também está ao seu alcance.” Quando internalizamos essa certeza, os resultados deixam de ser miragem e se tornam inevitáveis.

E há beleza nessa inevitabilidade. O sacrifício tem sua poesia própria: como um escultor que golpeia e raspa o bloco bruto de mármore para revelar sua obra-prima, o concurseiro vai lapidando seu futuro a cada noite mal dormida. Em ambos os casos, é a precisão paciente dos gestos que transforma a matéria bruta em obra acabada.

Rui Barbosa eleva essa reflexão a um patamar ainda mais significativo ao nos lembrar que “o esforço em busca de um ideal é recompensado com a satisfação de contribuir para algo maior”. Essa perspectiva revela a verdadeira essência da jornada de um concurseiro: muito além da estabilidade financeira ou do status, o que está em jogo é a oportunidade de servir à sociedade e construir um legado. Não por acaso, os estoicos já ensinavam que o valor de uma vida se mede por seu impacto na comunidade.

Por tudo isso, você precisa fazer suas próprias escolhas difíceis. Comece seguindo o conselho milenar de Epicteto: “Primeiro diga a si mesmo o que você quer ser; depois, faça o que precisa ser feito.” Talvez seja hora de transformar noites maratonando séries em noites revisando os conteúdos de língua portuguesa? Ou, quem sabe, trocar o almoço prolongado por trinta minutos extras de simulados? São escolhas aparentemente banais, mas que moldam campeões.

A mensagem é simples: ajuste suas expectativas, mas mantenha seus olhos no horizonte. Sacrifique o efêmero para colher o eterno. Como Aldenir, você será a prova viva de que o sacrifício transforma sonhos em realidade – não porque é fácil, mas porque é necessário. Afinal, o destino reserva coroas para aqueles que têm coragem de carregar espinhos.


Gabriel Granjeiro – CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.

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Fonte: Gran Cursos Online

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