Apostilas em PDF – Chave Philips, Fé e Código: a Obra de Rodrigo

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Há pessoas que parecem nascer com um parafuso a mais – daqueles bons, que apertam o mundo no lugar. Rodrigo é uma delas. Meu sócio, amigo e cofundador do Gran é um curioso profissional, e decidi escrever estas linhas porque vi de perto como essa curiosidade virou destino.

Lá atrás, quando tudo ainda era uma grande incógnita em sua vida, a casa simples, a mãe firme e o pai batalhador davam o tom. O primeiro computador chegou por rifa de vinho: Dona Vânia, despachante nas horas vagas, ganhara algumas garrafas dos clientes e as rifou para poder comprar o item mais desejado pelo filho. O menino abriu o gabinete do 386 como quem abre um cofre, mas, diferentemente do que se podia esperar, em vez de instalar jogos, quis foi mexer no sistema, desmontar, remontar e testar a máquina – a enciclopédia Barsa companheira de sempre na estante, a chave Philips na mão e mil porquês na ponta da língua.

Rodrigo com o seu primeiro computador, popularmente conhecido como um Intel 386.

A história de Rodrigo tem, porém, um capítulo que sempre me arrepia. Foi numa noite de circo. O cheiro de serragem e de pipoca quente impregnava o ar quando a mãe deu aos filhos a recomendação: “não saiam daqui”. Criança inquieta, no entanto, sempre relativiza a regra: atravessar rapidinho não conta. A rua era mal iluminada e o breu fazia a cidade parecer maior. Rodrigo e o irmão deram dois, três passos apenas, e então os olhos foram ofuscados pelo clarão dos faróis de um carro. O barulho da freada que vem tarde foi acompanhado da visão, em câmera lenta, de um corpo pesado fingindo leveza no ar e do baque da criança de doze anos no chão áspero.

No corredor comprido do hospital, onde o menino convulsionava sob a luz fria e ao som teimoso do bipe do monitor, falava-se em coágulo de quase três centímetros no cérebro, pondo em pauta uma inevitável cirurgia. O fantasma das sequelas estava à espreita quando Dona Vânia fez o que toda mãe faz quando a ciência anuncia a gravidade dos fatos: rezou de joelhos e ofereceu a própria vida pelo filho. Nesse instante, ela jura ter visto duas mãos repousar sobre a cabeça dele. Na manhã seguinte, o médico entrou com aquele cuidado típico de quem traz notícia impossível: o coágulo havia desaparecido.

E foi assim que a história de Rodrigo recomeçou do ponto em que parara. Mas quem se recupera de um “quase” aprende a ter pressa boa. O menino do porquê se tornou o rapaz do como. Aos quinze, programou a própria rede de IRC (Internet Relay Chat) porque não gostava das regras das outras. Jogando numa lan house, consertou no susto um servidor Linux e saiu de lá com a carteira assinada. Montou computadores para pagar a escola, fez faculdade com bolsa, abriu e fechou empresa. Aprendeu que, antes de escalar, é preciso vender e que, antes de vender, é preciso se cercar de gente boa.

O destino foi colocando as pessoas certas no caminho. Fernanda, num banco de igreja, virou porto seguro. Quanto a mim, primeiro Rodrigo conheceu meu pai, na escola presencial que o “Professor Granjeiro” mantinha em Brasília. Ali, aprendeu muito sobre o universo dos concursos. Anos mais tarde, eu comecei a trabalhar nessa mesma escola, até que, em 2012, decidimos, Rodrigo e eu, empreender juntos. Encontrei nele a peça que faltava para transformar uma teimosia minha em obra coletiva. Com câmeras antigas, cabos frouxos e fé em alta, colocamos um site no ar. Um dia, o mercado chamaria aquilo de “edtech”. Para nós, era simples: educação com tecnologia como base e esperança como liga.

Temos poucas fotos do início do Gran. Trabalhávamos tanto que quase não registrávamos nada. Esta foi uma das primeiras confraternizações. 

Vieram os tropeços: sextas-feiras negociando as dívidas, planilhas seguidamente no vermelho, trabalho sem descanso… Vieram também os custos pessoais: os rins pedindo trégua, o socorro de uma UTI, a mesma luz fria de outrora e, de novo, a volta por cima. Veio, por fim, a prova mais dura: o medo sob a forma de uma filha. Latifa quase chegou antes da hora; a cirurgia tinha menos de 1% de chance de sucesso, mas deu certo. Quando vi a menininha recém-nascida cabendo inteirinha no colo do pai, entendi que a lição da noite do circo – a de que certas histórias são costuradas a mão, ponto a ponto, por fé e teimosia – continuava valendo.

Rodrigo, sua esposa, Fernanda, seu filho, Tamir, e sua filhinha, a pequena Latifa.

No meio disso tudo, Rodrigo seguiu sendo o que é: simples, ético, trabalhador. O humor que desarma salas, a disciplina que organiza o caos, a mania bonita de transformar tecnologia em oportunidade. O menino que perguntava por que a água é líquida se transformou no homem que pavimentou caminhos para incontáveis pessoas atravessarem os desertos.

Quatro décadas cabem em memórias, códigos e gente. No caso de Rodrigo, cabem também numa travessia: da rua escura do circo ao brilho no olhar de quem lê “aprovado” depois de anos de luta. Quando me perguntam como nasceu o Gran, dá vontade de começar pelos estúdios improvisados, pelas noites sem dormir, pelas apostas improváveis. Contudo, se a conversa permite, começo pelas histórias de cada um de nós. E a dele traz a imagem forte da pipoca, dos faróis, do milagre. Foi ali que o meu sócio e amigo aprendeu a lição que sustenta tudo: a vida costuma retribuir quem não desiste dela.

Tenho a alegria de liderar a empresa com essa pessoa brilhante.

Rodrigo fez quarenta anos recentemente. Somos sócios há quase treze e amigos há uns vinte. Que venham os próximos, guiados pela curiosidade e coragem de sempre e conduzidos pela mão invisível que jamais solta quando é hora de seguir.

Quer conhecer um pouco mais sobre o vice-presidente e cofundador do Gran? Então, assista a este vídeo AQUI. 


Gabriel Granjeiro –O e sócio-fundador do Gran, maior Edtech do Brasil em número de alunos, com mais de 800 mil discentes ativos pagantes. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha o universo dos concursos desde a adolescência e ingressou profissionalmente nele aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanais para o blog do Gran, que já somam milhões de leitores.

Formou-se entre os melhores alunos em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Foi incluído na lista Forbes Under 30 (2021), eleito Empreendedor do Ano pela Ernst & Young (2024) e reconhecido pela MIT Technology Review como Innovator Under 35 no Brasil e na América Latina. Autor de quatro livros best-seller na Amazon Kindle.

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Fonte: Gran Cursos Online

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