Apostilas em PDF – Escolha o seu difícil

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Estudar todos os dias, por meses ou anos, é difícil. Encarar uma folha em branco para fazer uma redação, revisar uma matéria extensa, enfrentar uma reprovação — tudo isso é difícil. Mas, se estudar é difícil, não saber o que fazer profissionalmente também é. Viver sem perspectiva, esperando uma vaga cair do céu ou dependendo de empregos instáveis, é igualmente difícil.

Ganhar dinheiro exige esforço. Pior ainda é viver no aperto, ver o salário acabar antes do fim do mês, depender de favores ou créditos com juros exorbitantes. E o que dizer da aposentadoria? Sobreviver com dois salários mínimos — a média dos brasileiros — é um desafio que muitos evitam encarar até ser tarde demais.

Mas os desafios não param nas questões materiais. Manter um relacionamento saudável exige diálogo, renúncia e tempo. Já lidar com a solidão, quando ela bate, pode corroer até a motivação para sair da cama logo cedo. Estar rodeado de gente e ainda assim se sentir sozinho talvez seja o mais silencioso dos difíceis.

Essas são dores diferentes, mas com algo em comum: nenhuma delas pode ser evitada para sempre. A vida não nos dá a opção de escapar do difícil — ela apenas oferece a chance de escolher qual tipo de dificuldade viveremos e quando vamos enfrentá-la. E, para quem estuda para concurso, essa escolha se faz todos os dias: pagar o preço do esforço consciente agora ou aceitar, mais à frente, os juros da falta de direção.

O psicólogo Walter Mischel comprovou, com evidências científicas, o que muitos apenas suspeitavam: o autocontrole tem enorme impacto no futuro das pessoas. Em seu famoso “experimento do marshmallow”, crianças eram convidadas a escolher entre comer um doce imediatamente ou esperar 15 minutos para receber dois. As que conseguiram adiar a recompensa, anos mais tarde, ao serem novamente avaliadas já na vida adulta, apresentavam melhores indicadores de saúde, renda e estabilidade emocional.

Ou seja, o que estava em jogo não era talento inato nem predisposição genética, mas a forma como lidavam com a própria impulsividade. Para o concurseiro, o “segundo marshmallow” atende por outros nomes: estabilidade, progressão na carreira e autonomia sobre o próprio tempo.

A neurociência chama o conflito entre ceder ou resistir de desconto temporal: tendemos a supervalorizar recompensas imediatas e a subestimar os ganhos de longo prazo. É algo concreto: imagens do cérebro revelam o estriado ventral reagindo ao prazer instantâneo, enquanto o córtex pré-frontal — maestro do planejamento — precisa de treino repetido para entrar em cena. Cada madrugada de estudo funciona, portanto, como musculação para a parte do cérebro responsável por quem você vai se tornar.

Epicteto, que nasceu escravo e se tornou filósofo, ensinava que liberdade começa justamente onde nascem nossas escolhas. Em termos práticos, nem tudo está sob o seu controle, mas aquilo que está — como o que você fará com suas próximas duas horas — pode ser o ponto de virada entre a vida que você tem e a que você deseja construir. O difícil que está ao seu alcance é, portanto, o mais barato de todos, embora nem sempre pareça.

Existe ainda um tipo de difícil que age nas sombras. Ele se manifesta nas microdecisões que, somadas ao longo do tempo, moldam o seu futuro. Quinze minutos a menos rolando o feed entre dois blocos de estudo podem parecer insignificantes, mas são suficientes para lhe render, no fim do dia, horas inteiras de produtividade. Trocar esses miniprazeres por atenção sustentada dói bem menos que pagar depois com desempenho abaixo do esperado.

Pesquisas da Universidade de Stanford1 mostram que a forma como você enxerga sua própria força de vontade influencia diretamente o seu desempenho. Quem acredita que ela é um recurso limitado tende a se poupar diante de tarefas exigentes e acaba se sabotando. Já quem entende que ela se fortalece com o uso persevera mais, procrastina menos e colhe resultados melhores.

Ou seja, acreditar que você é capaz ajuda a sustentar o esforço, o que, por sua vez, transforma o tempo em aliado. Cada volta do ponteiro passa a render ganhos invisíveis: revisões mais espaçadas, consolidação sináptica, amadurecimento intelectual. 

Adotar esse tipo de postura — ver o esforço como escolha consciente, não como fardo imposto — devolve o senso de controle sobre a própria trajetória. Ser adulto é justamente isto: aprender a escolher as dores que valem o resultado. Essa mentalidade tem até nome: otimismo pragmático. Trata-se de esperar o melhor, mas com os pés fincados em ações concretas. Simulados, planejamento de estudos e ciclos de feedback não são rituais vazios, mas ferramentas de engenharia reversa da realidade que você deseja viver.

Friedrich Nietzsche dizia que “o homem é o animal que precisa dar sentido ao sofrimento”. Escolher o seu difícil não significa fazer culto à dor, mas apontar um rumo a ser seguido a partir dela. Você pode enfrentar o desconforto agora, com os olhos mergulhados em videoaulas, PDFs e provas antigas, ou postergá-lo até o dia em que os boletos e as incertezas se tornarem rotina. Ambos os caminhos exigem desgaste. A diferença é que só um deles transforma o esforço de agora em liberdade amanhã.

O “difícil”, em síntese, não é um bem que você pode simplesmente se recusar a adquirir. Está mais para um imposto sobre a vida adulta que você pode, no máximo, escolher pagar à vista, com esforço lúcido, ou em parcelas com extorsivos juros de frustração. 

Faça um balanço honesto: quais dores você já paga sem perceber? E quais poderia trocar por um sacrifício consciente, finito e — mais do que tudo — compensador?

Nota de rodapé:


Gabriel Granjeiro – CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.

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Fonte: Gran Cursos Online

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