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Vou compartilhar uma das histórias mais incríveis que já conheci. Antonia Faleiros é de origem muito pobre. Nascida na zona rural do interior de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha, divisa com o Vale do Rio Doce, ela cresceu ajudando a mãe a cuidar dos irmãos e da casa até ganhar tamanho e força suficientes para trabalhar pesado da lavoura e ajudar no sustento da família. Desde criança, seu sonho era escapar daquela vida tão árdua e difícil. Embora já almejasse proporcionar um pouco mais de conforto para a família, naquele tempo a menina não fazia ideia de que um dia se tornaria Magistrada, Juíza Criminal na Comarca de Lauro de Freitas, próxima a Salvador, na distante Bahia.

Sendo justa consigo mesma, Antonia sempre se agarrou à lição mais importante que sua mãe lhe ensinou: “Estude muito e trate de ser a melhor no que fizer. Seja muito boa, porque aqueles que têm ‘cama feita’ até podem ser mais ou menos bons, mas quem não tem precisa ser bom mesmo. Precisa ser o melhor!” A menina se tornou mulher ciente de que, para vencer na vida, teria de “se virar nos trinta”, se superando dia após dia.

Ao chegar à cidade grande, no caso Belo Horizonte, tudo que a nossa imparável queria era um emprego como vendedora em loja de departamentos. Aquele tipo de serviço lhe parecia glamuroso pelo simples fato de ser feito na sombra. Para quem vinha da labuta diária em lavoura, o trabalho na sombra fazia toda a diferença. Aquilo era um luxo e, até então, o sonho máximo que a jovem poderia vislumbrar. Como costumo dizer, nossos horizontes às vezes estão limitados por nossas condições de vida…

E você acha que Antonia conseguiu o posto? Não, não conseguiu. Faltava-lhe um atributo “essencial” na visão do potencial empregador: boa aparência. Os dentes estavam estragados e as roupas não a favoreciam em nada. Não bastasse o balde de água fria, ainda teve de ouvir que aquele trabalho “não era para ela”. É preciso ter muita garra para não desistir depois de uma rejeição como essa, mas felizmente Antonia é dessas pessoas cheias de confiança e entusiasmo, além de imensa paixão pelos estudos. Ninguém conseguiria detê-la, então seria apenas uma questão de tempo até que nossa protagonista conquistasse uma posição muito, muito melhor, ainda que precisasse passar por posições mais modestas no caminho.

Como não conseguiu a vaga de vendedora, nossa incansável começou a trabalhar como doméstica. Cuidar da casa de outra pessoa praticamente em troca de comida e de um lugar para ficar durante o dia era a complicada realidade que enfrentava. Sem poder dormir na casa de sua empregadora, viu-se obrigada a passar as noites num ponto de ônibus movimentado – e, por isso, mais seguro que as ruas –, disfarçada de alguém que aguardava o transporte a fim de não ser abordada por seguranças ou pela polícia.

É importante mencionar que nem a patroa nem a mãe de Antonia sabiam que ela estava morando na rua. Caso a primeira descobrisse, certamente não a aceitaria como empregada doméstica. Quanto à mãe, tudo que nossa heroína não queria era desapontá-la, daí a decisão de esconder a difícil situação em que se achava. Para evitar perguntas, Antonia inventou que trabalhava na casa de “dona fulana de tal” e morava com parentes num bairro distante. Tentava, assim, garantir que ninguém desconfiasse de nada. Era chegar no horário certo, fazer tudo certinho e “não dar bandeira”.

Com uma aparência desfavorável e sem experiência em trabalhos, digamos, “tipicamente urbanos”, Antonia não conseguia emprego como caixa de algum estabelecimento ou mesmo de recepcionista. Era começar a entrevista e logo vinha a indigesta pergunta: “Qual é a sua experiência?” A resposta não podia ser outra: “Nenhuma.” Foi numa dessas incansáveis tentativas que nossa protagonista, folheando um jornal em busca de oportunidades de emprego, viu o anúncio de um concurso público para o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Além de vagas para graduados, também havia postos para quem tinha apenas o nível médio. Era o caso de Antonia, que àquela altura já havia concluído o segundo grau. Enquanto portas se fechavam, uma janela se abriu: o concurso não exigia boa aparência, trajes elegantes ou dentes perfeitos. Ela resolveu se inscrever.

Tão logo tomaram conhecimento da decisão de Antonia de lutar por um cargo público, muitas pessoas tentaram desencorajá-la com comentários do tipo: “isso é uma loucura!”, “os aprovados já estão pré-selecionados”, “esse negócio de concurso é muito difícil”… Ora, que a aprovação seria difícil, Antonia já sabia; mas ela também sabia que era possível. Então, ao ouvir aqueles gracejos desencorajadores, logo se lembrou da sábia lição materna: “Seja muito boa, invista em você, acredite e se esforce para ser a melhor!”

Nossa imparável se inscreveu para o cargo de Oficial de Justiça, que naquele tempo exigia apenas nível médio. As provas cobrariam língua portuguesa, matemática e noções de direito. Surgiu, então, um probleminha: como estudar os conteúdos relativos a essa última disciplina? Antonia procurou um cursinho, o mesmo que tinha feito o anúncio do concurso no jornal, mas o valor cobrado estava bem além de suas possibilidades financeiras. Enquanto aguardava na sala de matrícula, notou uma funcionária descartando algumas folhas de papel retiradas de um mimeógrafo. Viu que se tratava de páginas do material de estudo que seria entregue aos alunos. Nada mais, nada menos. A nova concurseira não se fez de rogada: pegou algumas daquelas folhas que iriam para o lixo, desamassou-as e montou sua própria apostila. Aquele foi todo o material que ela teve para se preparar – e passar! – no primeiro concurso. Um feito extraordinário, vale dizer.

Imagine a emoção de alguém que assume um cargo público e, de repente, deixa de se preocupar se vai ou não ter o que comer no dia seguinte, passa a poder visitar os pais e a ajudar mãe e irmãos… Foi uma incrível sensação de alívio para Antonia, algo como emergir de um mar em ressaca e finalmente respirar. Tal tranquilidade lhe permitia, agora, vislumbrar novos horizontes, como uma faculdade de Direito, por que não? Talvez construir uma nova carreira, ser professora em cursinhos preparatórios? Alerta de spoiler: todos esses sonhos se tornariam realidade graças àquela primeira aprovação.

É por causa de histórias como essa que digo: o concurso público foi, é e sempre será uma porta de entrada para uma carreira segura, especialmente para quem, como nossa protagonista, vem de um contexto tão desfavorável, mas almeja fazer algo útil e significativo. A hoje juíza Antonia Faleiros se diz imensamente feliz no cargo, até porque gosta de estar cercada de pessoas, e a atuação como magistrada, especialmente no âmbito estadual, lhe proporciona isso. Afinal, esse é o ramo da justiça mais diretamente ligado às questões pessoais: nascimento, morte, paternidade, desvios de conduta, infrações penais… O trabalho é lidar com gente o tempo todo, seja conversando com as pessoas para conhecer suas histórias, seja decidindo causas importantes em que estejam envolvidas. A Dra. Antonia Faleiros procura, se não for possível dar a resposta que a pessoa quer, ao menos ouvi-la e orientá-la e, assim, aliviar um pouco do seu sofrimento.

Não há cerimônia para falar com a nossa juíza imparável, que, com propriedade, nos lembra da verdadeira função do magistrado: “Não julgo papéis; julgo gente. Julgo pessoas como pessoas, com toda a humanidade que carregam consigo”. De fato, os processos tratam de vidas, talvez reduzidas a papéis, documentos, despachos, carimbos etc., mas, antes de tudo, vidas.

O que mais podemos dizer sobre uma pessoa persistente, determinada e batalhadora, que já morou num ponto de ônibus, teve dificuldades no essencial que é a alimentação, trabalhou em troca de comida, optou por frequentar uma universidade pública por causa do “bandejão” com preço acessível, trabalhou na roça desde pequenininha, estudou para seu primeiro concurso a partir de folhas de papel jogadas no lixo e hoje vive sem arrependimentos, dúvidas ou frustrações? Vá lá, podemos apenas cumprimentá-la pela incrível história de vida e registrar suas últimas lições, dirigidas a quem deseja mudar de vida por meio da dedicação pessoal.

“Nunca desista. Se você quer, você pode; se alguém conseguiu, você também consegue; e se ninguém como você conseguiu antes, seja você o primeiro! Acredite: se você sabe o que quer da vida, as dificuldades lhe servirão de estímulo. Elas virão, por certo, assim como é certo que haverá pessoas tentando desanimá-lo. Então confie em si mesmo e não deixe que o derrubem. Nosso maior adversário somos nós mesmos. No momento em que passamos a acreditar de verdade no que estamos fazendo, seja o que for, nos tornamos capazes.”

Para fechar, um conselho meu: não queira viver a vida do outro, ser o outro. No livro da vida, Antonia escreveu sua história com coragem, resiliência e determinação. Das maiores dificuldades, forjou a ferro sua determinação e moldou seu destino da forma que ela quis. Uma escalada como a dela seria impossível aos olhos de muitos, e é exatamente por isso que pode e deve lhe servir de inspiração. Mas não se esqueça: você precisa construir a sua própria estrada, e no seu próprio tempo. Acredite em sua força interior, persevere incansavelmente e descubra, satisfeito, que, nas linhas do impossível, você decide o seu destino.

Quer assistir à entrevista completa com a juíza Antonia Faleiros? Clique AQUI.

P.S.: Siga-me (moderadamente, é claro) em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.

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Fonte: Gran Cursos Online

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