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O tempo nunca é o bastante, mas é tudo o que temos. Essa verdade parece simples, mas nos leva a uma reflexão profunda: se ele é limitado e irrecuperável, como podemos aproveitá-lo da melhor forma? Afinal, todos os nossos planos, escolhas e conquistas acontecem dentro desse fluxo contínuo que não desacelera para ninguém.
A pergunta é: será que somos realmente impotentes diante da corrida implacável dos ponteiros do relógio? Definitivamente, não. E é sobre isso que quero falar com você hoje.
A ilusão da falta de tempo
Quantas vezes você já se pegou pensando: “ah, se eu tivesse mais tempo…”?
Vivemos presos à ideia de que precisamos de mais horas no dia para alcançar nossos objetivos, mas será que o problema é realmente esse? Todos temos as mesmas 24 horas; a diferença está em como as usamos.
O que nos falta, na maioria das vezes, não é tempo, mas clareza de prioridades e disciplina para aproveitá-lo bem. Gastamos horas com distrações e preocupações que não levam a lugar algum, enquanto deixamos para depois o que importa.
Então, antes de reclamar da falta de tempo, pergunte-se: estou investindo minhas horas no que realmente faz diferença ou apenas preenchendo o dia com “urgências” vazias?
A sabedoria no uso do tempo
Sun Tzu, no clássico A Arte da Guerra, nos oferece uma perspectiva valiosa: “Quem sabe usar o tempo com sabedoria pode transformar a escassez em vantagem.”
O bom uso do tempo consiste em saber quando é hora de agir e quando é hora de esperar. Da mesma forma que um general precisa aguardar o instante perfeito para atacar, você deve ser paciente enquanto espera o momento certo para avançar em seus projetos.
A ansiedade é um inimigo perigoso, pois nos impede de pensar com clareza. Já a calma e a serenidade são virtudes poderosas contra o desperdício de tempo, esse recurso tão precioso.
A constância vence o relógio
A chave está na lição atribuída a Confúcio: “Não importa quão devagar você vá, desde que não pare.” Essa máxima milenar nos ensina um princípio fundamental: na batalha contra a fugacidade das horas, nossas melhores armas são a constância e a disciplina.
Reflita comigo: sem regularidade nos esforços, até a pessoa mais talentosa verá seus planos se dissolverem no vazio da procrastinação. Grandes conquistas não vêm de surtos breves de produtividade, mas da soma diária de pequenas ações bem-feitas ao longo do tempo.
O equilíbrio entre planejamento e flexibilidade
Ter um plano é essencial, pois ele nos dá direção e propósito. No entanto, a rigidez excessiva pode ser tão prejudicial quanto a falta de organização. Quem se apega demais a um roteiro fixo corre o risco de se frustrar diante do inesperado, enquanto quem vive sem rumo muitas vezes desperdiça oportunidades valiosas.
O equilíbrio está em saber se preparar, mas sem perder a capacidade de adaptação. O mundo é dinâmico, e imprevistos fazem parte da jornada.
Grandes líderes e atletas entendem isso bem. Um general pode traçar a melhor tática de guerra, mas, se as condições do campo mudam, insistir no plano original pode ser um erro fatal. Um maratonista precisa estar preparado para correr sob quaisquer condições climáticas se quiser ter chances reais de vencer a prova. Da mesma forma, um concurseiro pode ter um cronograma de estudos impecável, mas, se não souber ajustá-lo diante de dificuldades ou novas prioridades, pode acabar desmotivado e improdutivo.
O valor do presente
A diferença entre aqueles que realizam grandes feitos e aqueles que vivem frustrados não está na quantidade de horas disponíveis, mas na forma como elas são aproveitadas.
Marco Aurélio, imperador romano e um dos mais influentes filósofos do estoicismo, comparava o tempo a um rio cujas águas fluem e logo são substituídas por outras. Com essa metáfora, ele nos lembra que tudo passa – os bons momentos, as dificuldades, as oportunidades e até mesmo as preocupações.
Para os estoicos, essa impermanência não deve ser motivo de angústia. Se tudo é passageiro, por que desperdiçar energia remoendo o passado ou temendo o futuro? O único tempo sobre o qual temos algum controle é o agora.
Transformando o tempo em aliado
Embora o tempo pareça sempre insuficiente, ele é exatamente o que precisamos e, se bem administrado, se torna nosso maior aliado. O segredo do sucesso está em transformá-lo no cenário de uma jornada significativa, capaz de construir um legado para além dos limites do relógio e do calendário.
Isso nos leva a uma pergunta essencial: você está investindo seu tempo em algo significativo ou apenas preenchendo suas horas com tarefas sem propósito?
Como notou Confúcio milênios atrás, a vida é simples; nós que insistimos em complicá-la. Sejamos francos: é bem mais fácil gastar nossas horas com distrações e preocupações inúteis que destiná-las ao que realmente importa, não é?
A escolha é sua
Quero concluir com um expressivo pensamento frequentemente atribuído a Lao Tzu: “O tempo é uma coisa criada. Dizer ‘eu não tenho tempo’ é o mesmo que dizer ‘eu não quero’.”
Essa reflexão sintetiza bem a mensagem por trás desta conversa. Nossas escolhas, não nossas circunstâncias, definem nossa relação com o tempo. A sabedoria de Sun Tzu, a disciplina de Confúcio e a aceitação estoica de Marco Aurélio convergem neste ponto – o tempo está em nossas mãos para ser moldado conforme nossas prioridades.
Em outras palavras, o tempo jamais será o bastante para fazermos tudo que queremos, mas será suficiente para escrevermos as páginas essenciais da nossa história.
E você, como tem usado seu tempo hoje?
Gabriel Granjeiro – CEO e sócio-fundador do Gran. Reitor e professor da Gran Faculdade. Acompanha de perto o universo dos concursos desde muito cedo. Ingressou nele, profissionalmente, aos 14 anos. Desde 2016, escreve artigos semanalmente para o blog do Gran. Formou-se em Administração e Marketing pela New York University Stern School of Business. Em 2021, foi incluído na prestigiada lista da Forbes Under 30. Autor de 4 livros que figuraram entre os best-seller da Amazon Kindle.
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Fonte: Gran Cursos Online
Download disponível – O tempo jamais será o bastante