Com a proximidade da Black Friday, na próxima sexta-feira (24), o comércio brasileiro está otimista, projetando um faturamento recorde de R$ 4,64 bilhões, de acordo com estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão indica um aumento de 4,3% em relação ao ano anterior, configurando o maior volume de vendas desde a introdução da Black Friday no Brasil em 2010.
Segmentos-chave, como eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com um montante de R$ 1,28 bilhão, e móveis e eletrodomésticos, contribuindo com R$ 1,05 bilhão, devem liderar a movimentação financeira, respondendo por quase metade (48%) do total previsto. Hiper e supermercados (R$ 1,02 bilhão) e vestuário, calçados e acessórios (R$ 0,73 bilhão) também estão entre os setores mais promissores.
O cenário favorável é impulsionado pela desaceleração da inflação, que, segundo a CNC, é um fator chave para estimular as vendas. Enquanto no ano passado os preços acumulavam alta de 9,7%, em 2023, a variação é de 3%. Além disso, a valorização do real ante o dólar, registrando 7,5%, permitiu estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas.
Os recentes cortes na taxa básica de juros pelo Banco Central, proporcionando condições favoráveis ao crédito, são outro impulsionador para as compras, especialmente de bens duráveis, como geladeiras, televisões e celulares.
Black Friday tem apresentado crescimento contínuo nas vendas desde 2017
Segundo o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento, a flexibilização da política monetária tende a distensionar o mercado de crédito, resultando em um aumento nas vendas de bens duráveis, que historicamente são mais dependentes das condições de crédito.
A pesquisa também revela os produtos mais procurados pelos consumidores nos últimos 30 dias, com destaque para aparelhos de ar condicionado, cujas buscas aumentaram 177%. Contudo, a alta demanda resultou em um aumento de 2,9% nos preços nos últimos 40 dias.
Dos 10 itens monitorados pela CNC, apenas ar-condicionado e videogame (+7,9%) apresentam aumento de preço. Televisões e fogões, por sua vez, registram queda nos preços, com -1,5% e -2,7%, respectivamente. Os produtos com maiores descontos médios incluem smartwatches (-12,4%), notebooks (-9,2%), fones de ouvido (-6,1%) e caixas de som (-5,6%).
Desde 2017, a Black Friday tem apresentado crescimento contínuo nas vendas, posicionando-se como a quinta data mais favorável para o comércio, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A partir de 2020, o comércio online intensificado e a facilidade na comparação de preços pela internet contribuíram para o aumento da importância da Black Friday no calendário nacional, conforme destaca a CNC.
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