O Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou um cenário alarmante em relação à população negra no Brasil, indicando um preocupante aumento no número de pessoas negras presas durante o ano de 2022. Esses dados se somam ao registro de crescimento expressivo de casos de racismo, apontando para um contexto de desigualdade e discriminação em diversas esferas da sociedade.
Em relação ao racismo, os números apresentados são perturbadores. Houve um salto de 1.464 casos registrados em 2021 para 2.458 no ano passado, representando uma alta significativa de 67%. Os estados de Rondônia, Amapá e Sergipe foram os que registraram a maior taxa de denúncias por habitante, revelando a persistência desse crime em diferentes regiões brasileiras.
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Os dados sobre a população negra no sistema penal também merecem destaque. Os números do Anuário evidenciam um aumento no encarceramento de pessoas negras no Brasil, o que levanta questões sobre a seletividade e a desigualdade no sistema penal do país.
Números sobre mortes não violentas
O perfil das vítimas de mortes violentas intencionais permaneceu praticamente inalterado no último ano em comparação com o período anterior. Conforme os dados do FBSP, em média, 91,4% das mortes violentas intencionais vitimaram homens, enquanto 8,6% atingiram mulheres. Quando se trata de óbitos em intervenções policiais, a esmagadora maioria, 99,2%, das vítimas eram do sexo masculino.
Quanto ao perfil étnico-racial das vítimas de MVI em 2022, constata-se que 76,5% eram negros. O FBSP ressalta que os negros são o grupo mais vitimado pela violência, independentemente da ocorrência registrada, e representaram até 83,1% das vítimas de intervenções policiais.
Ainda mais preocupante é a situação dos latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, onde a vitimização de pessoas negras supera a sua participação proporcional na composição demográfica da população brasileira.
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O anuário destaca a falta de um debate mais amplo sobre as origens, causas e possibilidades de redução dessa violência. É um tema considerado tabu e interditado entre os tomadores de decisão nas organizações de segurança pública.
Outro dado alarmante é que, em relação à série histórica, pouco mudou: em 2022, 50,3% das vítimas de MVI tinham entre 12 e 29 anos. Esse grupo etário concentra 75% das mortes em intervenções policiais, chamando a atenção para a vulnerabilidade e os desafios enfrentados pelos jovens diante da violência letal.
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