Déficit de formação na área de TI limita o crescimento do setor no Brasil

O setor de Tecnologia da Informação (TI) é um dos que mais crescem no Brasil, impulsionado pela transformação digital e pela inovação. Segundo a Brasscom, associação de empresas deste setor, o mercado de TI deve movimentar R$ 467 bilhões em 2024, representando 6,8% do PIB nacional. 

No entanto, esse crescimento se depara com um obstáculo que pode comprometer o seu potencial: o déficit de formação na área, que impede o preenchimento eficaz das vagas ofertadas.

De acordo com a Brasscom, existe uma demanda média anual de 159 mil profissionais no país, mas o Brasil só forma 53 mil profissionais por ano. Ou seja, para cada três vagas criadas, apenas uma é preenchida. Esse cenário gera uma escassez de mão de obra qualificada, que dificulta a contratação e a retenção de talentos, aumenta os custos e reduz a competitividade das empresas.

Gustavo Santos, CTO da Callface, empresa de tecnologia referência em comunicação por voz em nuvem, conhece bem essa realidade. Segundo ele, está cada vez mais difícil encontrar profissionais com determinadas qualificações, uma vez que o mercado está muito competitivo e os bons profissionais normalmente já estão empregados e pedindo salários maiores. Fora isso, a pandemia criou um ambiente mais confortável, mudando as relações de trabalho, fazendo com que a maioria, sem exceção, prefira continuar no sistema de trabalho híbrido ou 100% em home office.

A concorrência sempre vai existir, porém, com o home office, abriram-se novas oportunidades de trabalho até no exterior e sem sair de casa, ampliando as oportunidades para candidatos e aumentando a nossa dificuldade em contratar esses profissionais. O que fazemos para atraí-los e retê-los é vender a ideia do projeto e ofertar um salário justo, fazendo com que o profissional seja parte da empresa e não apenas um funcionário”, enfatiza Gustavo.

Outro fator que contribui para a escassez de profissionais capacitados é a aceleração do setor que, a todo momento, é impactado pelas novas tecnologias, como Inteligência Artificial, Machine Learning, Metaverso. Essa evolução vai demandar competências específicas, tais como programação, análise de dados e administração de sistemas inteligentes – conhecimentos trabalhados na área de Tecnologia da Informação.

Segundo Rafael Dias, coordenador dos cursos da área de tecnologia da instituição de ensino UNISUAM, a constante evolução do segmento estimula os profissionais a se atualizarem a todo momento, sendo necessário tanto o conhecimento teórico como a experiência prática: “A educação formal permite que os estudantes se mantenham atualizados com as últimas tendências, padrões e tecnologias emergentes por meio de currículos revisados regularmente. A prática permite a aplicação para melhor compreensão e adaptação de habilidades para a transformação do conhecimento”, explica Rafael.

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Fonte: JC Concursos

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