Lula faz fala capacitista ao se referir a recuperação de cirurgia que será realizada em outubro

Em live realizada semanalmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, de forma descontraída, sobre a recuperação dele após cirurgia no quadril que deverá ser realizada no mês de outubro. No entanto, os termos utilizados para se expressar foi considerado capacitista por pessoas com deficiência e ativistas da causa.

O momento aconteceu na terça-feira (26) durante o ‘Conversa com o Presidente’. Lula comentou que o fotógrafo dele, Ricardo Stuckert, não iria filmá-lo usando andador após o procedimento cirúrgico. “Vocês não vão me ver de muleta, vocês vão me ver sempre bonito”, disse o presidente. Após a transmissão, inúmeras pessoas destacaram a fala capacitista do mandatário.

O influenciador da inclusão, Ivan Baron, comentou a situação no X, antigo Twitter. “E essa fala desnecessária que o Presidente Lula reproduziu? É nítido que ele não falou por mal, mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”.

Saiba quem é Ivan Baron, potiguar que subiu a rampa do Planalto com o presidente Lula

Baron foi uma das pessoas escolhidas pelo governo para subir na rampa com Lula, Janja e outros representantes de grupos sociais do país no dia da posse.

+++ Racismo reverso? Entenda termo utilizado nas redes para caso de assessora demitida do governo

‘Associar o uso de tecnologia assistiva a falta de beleza é um tanto que problemático’

Ao apontar capacitismo na fala do presidente Lula, Ivan Baron compartilhou a perspectiva dele sobre a questão e a jornada de redescoberta ao abraçar o uso de tecnologia assistiva. Ele contou que durante a maior parte da vida, evitou o uso de muletas ou andadores devido à associação negativa que as pessoas faziam desses dispositivos.

Para ele, havia uma sensação de vergonha e a preocupação de que essas ferramentas apenas destacariam sua deficiência. No entanto, com o passar dos anos, Ivan percebeu o tempo precioso que havia perdido e a importância crucial do uso da bengala. “Ressignifiquei todo o sentido de usar a BENGALA, até mesmo como um símbolo de empoderamento, para que outras pessoas com deficiência não tivessem essa vergonha”, destacou.

O influencer explicou que associar o uso de tecnologia assistiva à falta de beleza é problemático e prejudicial para aqueles que dependem dessas ferramentas. Essa associação implica erroneamente que os corpos das pessoas com deficiência são inadequados e incompletos, perpetuando o capacitismo.

Ele concluiu desejando uma boa recuperação a Lula e que ele jamais ficaria feio utilizando andador ou muletas.

O que é tecnologia assistiva? 

A tecnologia assistiva é um campo interdisciplinar que se concentra no desenvolvimento e na implementação de dispositivos, equipamentos, software e sistemas projetados para auxiliar e melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências ou limitações funcionais.

Essas tecnologias buscam promover a autonomia, a inclusão e a independência das pessoas com deficiência, permitindo que elas realizem tarefas diárias, participem ativamente na sociedade e alcancem seu pleno potencial.

As soluções abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo mobilidade, comunicação, acessibilidade digital, visão, audição e muito mais. Alguns exemplos comuns de tecnologia assistiva incluem cadeiras de rodas motorizadas, leitores de tela para pessoas cegas, softwares de reconhecimento de voz, dispositivos de comunicação alternativa e ampliadores de tela para pessoas com baixa visão. 

+ Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos

Siga o JC Concursos no Google NewsSociedadeBrasil


Fonte: JC Concursos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile